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ADPF diz que ação em jato de Lobão Filho é rotina

Por Ricardo Brito
Atualização:

O presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio Ribeiro, disse na noite desta sexta-feira, 26, em entrevista ao Broadcast Político, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, que a operação realizada no jato do candidato do PMDB ao governo do Maranhão, Edison Lobão Filho, na madrugada de quinta-feira, 25, "é rotina em período eleitoral". Segundo ele, havia fundada suspeita, levantada por um policial civil do Estado, de que o avião transportava recursos ilegais provenientes de caixa dois de campanha.Em manifestações públicas, Lobão Filho e caciques do PMDB, como o presidente do partido e vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), protestaram contra o que classificaram como ação "truculenta" e "intimidatória" da PF. O candidato disse que foi alvo de "constrangimento".Leôncio Ribeiro afirmou ter conversado com o diretor-regional do Maranhão da ADPF, Rodrigo Santos Correa, que havia falado com o delegado responsável pela operação, Paulo de Tarso Cruz Viana Junior, associado da entidade. Ele disse ter recebido o relato de que, quando da abordagem à comitiva, "não houve nenhuma manifestação de constrangimento" de Lobão Filho.Para rebater a acusação de ação a partir de uma denúncia anônima, o presidente nacional da ADPF destacou que a equipe comandada pelo delegado relatou que faria a abordagem ao superintendente da PF no Maranhão, Alexandre Silva Saraiva, e à Justiça Eleitoral no Estado.Leôncio Ribeiro disse que o delegado ficou "surpreso" com a repercussão que o caso ganhou. Ele disse que Paulo de Tarso é maranhense, mas não tem nenhuma atividade política. Reconheceu que o pai dele, Paulo Cruz Viana, é ex-prefeito de uma cidade do interior chamada Sítio Novo do Maranhão. Viana apareceu em reportagens apoiando a candidatura ao governo do candidato do PCdoB ao governo, Flávio Dino. "A maioria dos policiais federais do Maranhão é maranhense. São pessoas que têm vida social", afirmou, ao rebater a insinuação de que a ação teve motivos eleitorais.Segundo o presidente da entidade, o delegado responsável pela operação disse estar tranquilo por ter feito o trabalho dele. A associação vai prestar a assistência jurídica ao delegado na sindicância que deve ser aberta a pedido do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para apurar se houve abuso na ação. Para ele, o processo eleitoral no Maranhão é tradicionalmente muito acirrado e a Polícia Federal, ao cumprir o seu papel, "gera fatos políticos"."Acredito até que o senador Lobão Filho sai com atestado de que não transporta valores ilegais", afirmou Leôncio Ribeiro. Mais cedo, a ADPF divulgou nota em que defende a ação do delegado e ressalta que "não persegue, não intimida, mas também não deixa intimidar".

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