Adauto diz que denúncia do mensalão teve viés político

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Por RENATA GOMIDE
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Absolvido pelo Supremo Tribunal Federal das acusações de lavagem de dinheiro e corrupção ativa no processo do mensalão, o ex-ministro dos Transportes e atual prefeito de Uberaba, Anderson Adauto (sem partido), disse nesta quinta-feira (25) que estava convicto de que seria inocentado em um "julgamento técnico". Adauto acusou o ex-procurador Antonio Fernando de Souza - autor da denúncia do mensalão - de adotar um viés político na acusação formal contra os 40 denunciados.O ex-ministro observou que sempre admitiu ter recebido do esquema, mas alegava que os recursos oriundos do valerioduto eram para caixa 2 de campanha. Segundo ele, o atual procurador-geral da República, Roberto Gurgel, não conseguiu comprovar a acusação. "Fui absolvido dos dois (crimes) e quem tem de dar explicação é o procurador. No fundo vocês sabem, foi um pouco política a apresentação da denúncia", afirmou em entrevista coletiva concedida em seu gabinete na prefeitura.Conforme Adauto, o chefe do Ministério Público Federal na época quis colaborar para que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não fosse reeleito em 2006. "Por que foram 40 e não foram 39 ou 41? Foi num determinado momento que o procurador quis colaborar para que não houvesse a reeleição do presidente Lula. Não tenho dúvida disso. O número de acusados que ele colocou na peça, ele demonstrou claramente que quis dar a sua colaboração numa história que a gente conhece muito bem", afirmou o ex-ministro, em referência ao conto Ali Babá e os 40 Ladrões.Adauto foi absolvido por unanimidade do crime de corrupção ativa. No caso de lavagem de dinheiro houve empate de votos, o que levou à absolvição. O ex-ministro afirma que, apesar de "toda a dureza do processo", o "máximo que conseguiram foi o empate". "Do ponto de vista político, já tive meu julgamento, quando me reelegi, e agora, do ponto de vista jurídico, da maior Corte do País."Ao Estado, Antonio Fernando disse que tem se mantido longe de polêmicas envolvendo o julgamento. "A denúncia já passou pelo Supremo e quem sobrou, sobrou. Da minha parte eu não tenho nenhuma resposta." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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