Ações do Brasil devem dominar Assembléia Mundial da Saúde

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Por Agencia Estado
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A Assembléia Mundial da Saúde, que começa na segunda-feira e vai até o dia 22, em Genebra, na Suíça, promete ser a mais agitada dos últimos anos. Três temas propostos pelo Brasil deverão monopolizar as discussões nas comissões e no plenário: a extensão da recomendação da amamentação exclusiva de bebês com leite materno até os seis meses; a fabricação e venda de remédios por preços menores; e a criação de um banco mundial de dados, na internet, com os preços dos genéricos e de medicamentos mais baratos fabricados por países como a Índia e o Brasil, para venda direta aos países mais pobres. A questão da ampliação do período de amamentação exclusiva de quatro para seis meses deve ter repercussão nos códigos de comercialização de produtos substitutos. E a fabricação de medicamentos por preços menores para doenças como a aids envolve patentes de grandes laboratórios. O banco de preços seria mantido na página da Organização Mundial de Saúde, OMS. Na segunda-feira pela manhã será aberta ao público uma exposição com fotos, pôsteres e vídeo sobre as atividades do Banco de Leite Humano da Fundação Oswaldo Cruz, que tem a maior rede de leite materno no mundo. O equipamento brasileiro de pasteurização do leite a ser estocado também leva vantagem sobre outros similares por custar menos - US$ 1.000 contra US$ 17 mil do norte-americano. O diretor do banco de leite vai receber um prêmio concedido pela fundação japonesa Sasakawa pelo pioneirismo do empreendimento, que tem permitido no Brasil alimentar crianças com leite humano doado. A Venezuela está colaborando com o Brasil no setor do banco de leite e a França se mostra interessada. O Brasil quer exportar sua experiência para a América Latina. O ministro José Serra deve chegar na segunda-feira a Genebra e fazer na terça-feira um discurso explicando a posição brasileira. Na questão dos remédios, a posição do Brasil foi reforçada com a aprovação de resolução, na Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), reconhecendo como direito humano o acesso a remédios.

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