ACM Neto: saída de Palocci foi 'vitória da sociedade'

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Por DENISE MADUEÑO
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O líder do DEM na Câmara, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), considerou a saída do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, "uma vitória da sociedade brasileira que vivenciou nos últimos dias as revelações sobre o vertiginoso aumento patrimonial do ministro". "Fomos instrumentos (os partidos de oposição) da sociedade brasileira, para que essas informações não caíssem no esquecimento. Mesmo com o procurador-geral arquivando o caso, não recuamos um milímetro", afirmou ACM Neto.O deputado baiano disse que os partidos de oposição pretendem, agora, apresentar um convite para que Palocci apresente esclarecimentos na Câmara. Como o instrumento da convocação não pode ser aplicado a ex-ministros, será feito o convite. Com a saída de Palocci, o requerimento de convocação aprovado na semana passada na Comissão de Agricultura da Câmara ficou prejudicado, o que significa, na linguagem do Congresso, que não há mais objeto para a convocação.O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), também vai considerar prejudicado o pedido que solicita a anulação da votação da comissão de Agricultura que aprovou o chamamento de Palocci. O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), afirmou que "venceu o bom senso" com a saída de Palocci.A demissão de Palocci pegou os líderes governistas e de oposição da Câmara exatamente no meio de um processo de negociação sobre a possibilidade de convocar o agora ex-ministro. Eles buscavam uma forma de ouvir Palocci, mas de uma forma combinada com o próprio ministro, sem que fosse por meio da convocação aprovada pelos partidos de oposição.Palocci, na noite de ontem, já havia informado aos deputados governistas a disposição de ir à Câmara para prestar esclarecimentos. Pouco antes das 17 horas de hoje, entretanto, Maia foi avisado da reunião que ocorria no Planalto para decidir o futuro de Palocci e pediu tempo aos líderes partidários que estavam em sua sala. Um pouco mais tarde, o próprio Palocci telefonou para Maia e para o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), relatando sua decisão pela demissão.

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