ACM intensifica cerco sobre Jader Barbalho

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O desafio dos articuladores políticos do governo esta semana será conter a reação dos líderes do PMDB ao noticiário desfavorável deste final de semana. O bombardeio de denúncias, inclusive requentadas, envolvendo pessoas próximas ao presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), mostra que o cerco está se fechando - a ponto de seu desafeto, o ex-presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), estar cogitando fazer uma representação ao Conselho de Ética do Senado para pedir a abertura de um processo contra Barbalho por quebra do decoro parlamentar. ACM pretende neutralizar o movimento de tucanos e peemedebistas que tentam cassar seu mandato pela suspeita de violação do voto secreto dos senadores. Com o objetivo de pressionar o senador baiano, a Comissão de Ética deve ouvir novamente esta semana, em sessão secreta, o depoimento dos procuradores da República. Eles não quiseram revelar o conteúdo da conversa que tiveram com ACM na semana que antecedeu o carnaval e que "vazou" à imprensa pelo colega Luiz Francisco de Souza. Além de apertar o cerco sobre o presidente do Senado, o noticiário do final de semana também colocou na berlinda o ex-presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que vinha sendo preservado. As denúncias de envolvimento com corrupção na Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) podem ser inconsistentes, mas acabam colocando Temer no mesmo barco dos demais integrantes da cúpula que hoje comanda o PMDB. Com isso, deverá aumentar a pressão para que o governo demita todos os apadrinhados de integrantes da bancada carlista, a começar pelo presidente da Eletrobrás, Firmino Sampaio. É possível que isso aconteça ainda hoje, já que ACM está prometendo assinar o requerimento de CPI da oposição, atitude considerada inaceitável por graduados funcionários do Palácio do Planalto. Caso isso não aconteça, os peemedebistas se sentirão liberados para apoiar a CPI, desmontando a estratégia do governo para abafá-la e dificultando a retomada da agenda de votações importantes. Essas dificuldades devem fazer com que o clima de tensão entre os partidos da coalizão governista seja mantido ao longo da semana. Leia mais: Planalto agirá para não deixar Jader isolado PMDB tenta mudar de assunto Uma operação de guerra contra CPI Na Bahia, carlistas barram investigações O Grupo de ACM Procuradores da República depõem esta semana Governo fará ofensiva para dominar agenda Votações polêmicas só na próxima semana

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.