PUBLICIDADE

ACM faz a festa na Bahia

"Vocês podem cantar, eu sou ACM com muito orgulho e muito amor", disse o senador, a uma platéia de correligionários.

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Mesmo tendo ajudado a sepultar a CPI da Corrupção, orientando os deputados do PFL baiano a retirarem suas assinaturas do requerimento, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) culpou, ontem, o Partido dos Trabalhadores pelo fracasso da iniciativa. "Politizaram demais a CPI e aí a estragaram; a culpa foi do PT", declarou hoje na cidade de Capim Grosso, sertão baiano, a 230 quilômetros de Salvador, onde foi participar de mais uma "homenagem" de correligionários, no caso 50 prefeitos de uma das regiões mais pobres do Estado. Depois de receber a solidariedade de vários pefelistas em discursos inflamados em que a tônica era o bairrismo e a defesa de seu mandato, ACM na sua fala insinuou que sua estratégia é a renúncia antes do julgamento do caso da violação do painel do Senado. "Nós já botamos o Lalau (o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto) na cadeia, mas querem soltar: era só o que faltava, soltar Lalau e tirar ACM do Senado, isso não vai acontecer e se por acaso acontecesse, eu voltava para aqui e a Bahia me daria o Senado ou cargos melhores", disse. Indagado se frase poderia ser interpretada com uma possível renúncia que o permitiria disputar a eleição do próximo ano, Magalhães negou no seu velho estilo. "Quem tem um povo como esse ao seu lado não renuncia", declarou. Ainda no discurso, classificou de "golpe político" a ameaça de cassação, "lembrou" que sempre fala a verdade, "eu não minto para vocês" e alardeou coragem, mandando um recado para os membros da Comissão de Ética do Senado. "Está para nascer homem que me meta medo", declarou, alinhavando uma série de iniciativas positivas de sua lavra, que sofreram oposição do Planalto. "Não queriam o salário mínimo de R$ 180; a Ford veio para a Bahia, o presidente (Fernando Henrique Cardoso) não queria, São Paulo não queria, mas nós quisemos e a Ford saiu", disse. Em tom teatral, encerrou enfatizando que a Bahia continua lhe dando todo o apoio. "Vocês podem cantar, eu sou ACM com muito orgulho e muito amor". Ao contrário de outros eventos que Magalhães tem participado no interior do Estado a convite do governo baiano, para a inauguração de alguma obra, o evento em Capim Grosso foi uma festa organizada unicamente com o objetivo de fazer um desagravo ao senador. Usou-se para isso um motivo incomum, o 16o aniversário de emancipação de Capim Grosso. Normalmente o prefeito local Antonio Pinheiro (PFL) não iria mobilizar as prefeituras vizinhas se não fosse receber ACM. Vários ônibus foram alugados pelas pelos políticos para transportar as cerca de cinco mil pessoas que serviram de ouvintes aos discursos dos políticos na praça do mercado. O pequeno aeroporto de Capim Grosso nunca viu tanto movimento. Seis aviões, colocados à disposição para transportar deputados e amigos do senador de Salvador. Uma das aeronaves era do governo do estado, quatro alugados à Bata Taxi Aéreo pelo governo e um outro particular.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.