ACM fala sobre sucessão presidencial

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Por Agencia Estado
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O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) considera difícil que o sucessor do presidente Fernando Henrique Cardoso seja alguém que tenha a marca do governo, a exemplo do ministro da Saúde, José Serra, eventual candidato pelo PSDB. "Nos dias de hoje o governo não ganha", afirmou, ressalvando, porém, que essa tendência poderá mudar por conta de ações positivas do governo. As dificuldades eleitorais de um candidato identificado com a Esplanada dos Ministérios têm sido objeto de conversas entre os políticos do PFL. O assunto veio à tona, na quarta-feira passada, em encontro entre o presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC),ACM e outras lideranças liberais. Na avaliação do ex-presidente do Senado, com o quadro atual inalterado, o favorito poderá ser o governador Itamar Franco, de Minas, uma vez que ele vem se "posicionando bem" contra o governo federal. Pelas previsões de ACM, Itamar vem conquistando, a cada dia, mais espaço dentro do PMDB "sem fazer muita força". Ele ressaltou, por exemplo, que essa posição teria ficado clara com a licença do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) da presidência do PMDB. Por conta das pressões internas, Barbalho foi obrigado a passar o comando partidário para o senador Maguito Vilela (PMDB-GO), que nutre boas relações com Itamar. "Jader perdeu o comando do PMDB", avalia ACM. Ao concordar com a tese pefelista de que o futuro presidente não deverá ter a marca do governo Fernando Henrique, por conta do desgaste junto à opinião pública, ACM considera também como opções eleitorais os nomes de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT; e de Ciro Gomes, do PPS. Para ele, a posição do governador Tasso Jereissati, do Ceará, teria ficado fragilizada com a morte de Mário Covas, principal cabo-eleitoral do cearense. Em conversa reservada com amigos, ACM cogita, inclusive, de o governador do Ceará vir a apoiar Ciro Gomes, caso não consiga consolidar seu nome no PSDB. Quanto ao PFL, Antonio Carlos Magalhães ressaltou, em conversa informal com jornalistas, que o partido continua na linha de buscar candidatura própria. Mas que já avisou à cúpula do partido. "Eu não acompanho o PFL se o partido for para uma posição suicida", afirmou, garantindo também que, se isso ocorrer, levará a maioria pefelista com ele. Quanto ao seu futuro político, ACM informou que antes de dezembro nada será decidido. Após deixar o Senado, ele pretende "fincar pé" na Bahia, mas estará também sempre em São Paulo, fazendo contatos e procurando ocupar espaço. Provavelmente só em julho viajará em férias para o exterior.

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