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ACM é homenageado em Salvador

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Por Agencia Estado
Atualização:

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) atraiu um grupo heterogêneo de personalidades baianas na manhã de hoje no Palácio de Ondina, residência oficial do governo estadual. As pessoas foram lhe prestar solidariedade diante da ameaça de cassação por causa da violação do painel do Senado. Preces de dona Canô, mãe de Caetano e Bethânia e a proteção de Irmã Dulce, religiosa baiana que fez grande trabalho social e está sendo beatificada pela Igreja Católica, são as mais duas novas "armas" que o líder baiano dispõe para tentar escapar da punição da Comissão de Ética do Senado. Passaram pelo Palácio de Ondina, a cantora Gal Costa, a escritora Zelia Gattai, mulher do escritor Jorge Amado, o time e a diretoria do Esporte Clube Bahia, o médico Elsimar Coutinho entre outros. Todos ofereceram "o ombro amigo" para consolar ACM cujos correligionários articularam um manifesto em seu favor, assinado por representantes de várias entidades do Estado. "Julgamos da nossa obrigação (...) manifestar a certeza de que a Bahia não poderá ser atingida por qualquer medida que venha a ferir um dos seus maiores políticos de todos os tempos e que só tem honrado o Estado e o Brasil nos postos que exerceu em sua longa vida pública", diz um trecho da nota. ACM também recebeu flores de dona Canô, acompanhadas de um cartão em que a matriarca de Santo Amaro da Purificação dizia estar rezando por ele. "Receba o meu abraço solidário junto com as preces que faço a Nossa Senhora da Purificação", fez questão de ler em voz alta o senador. Em seguida guardou o cartão num bolso onde estava o "santinho" de Irmã Dulce. A irmã da religiosa, Dulce Pontes, levou como reforço nessa hora difícil, um broche da freira, o qual fez questão de prender na camisa do senador. "É para ela ficar juntinho do senhor", disse. Emissoras de televisão de Salvador transmitiram programas ao vivo do Palácio de Ondina e até as rádios, no horário das resenhas esportivas, mandaram repórteres ao local para registrar o encontro de ACM, torcedor e conselheiro do Vitória, com os jogadores do time rival, o Bahia. Meio deslocados, os atletas mostraram a taça de Campeão do Nordeste, conquistado no último final de semana a ACM que foi presenteado com uma medalha de campeão, tirou fotos com os jogadores e cumprimentou um por um. "Torci muito para o Bahia ser campeão, os jogadores elevaram o nome do estado com essa conquista", declarou. Gal Costa, o cantor Ricardo Chaves e Zélia Gattai foram outras personalidades que posaram para fotos abraçados ao líder baiano. "Ele (ACM) está sendo quase torturado para confessar uma coisa que não fez", defendeu Zélia Gattai revelando estar acompanhando com atenção todo o episódio da violação do painel do Senado. A escritora acreditou na versão de ACM e do senador José Roberto Arruda (sem partido/DF) segundo a qual os dois políticos apenas "consultaram" a ex-presidente do Prodasen, Regina Borges. "Esse negócio de votação secreta é bobagem, todo mundo sabe, oxente!", disse, avocando a autoridade dos seus 84 anos de idade para poder falar no caso. "Nasci entre os anarquistas, convivi com comunistas e socialistas posso falar em pessoas e ACM deixou a Bahia bela como está, não pode ser massacrado como vem sendo", reclamou a escritora achando que a motivação de tudo é a "inveja". A cantora Gal Costa disse ter ido dar o seu "carinho como cidadã" a Magalhães. "Não analiso a questão política mas acho que estão sendo injustos pois ele não fez nada de terrível", acredita. Para ela, ACM é um grande político, "já fez muito pela Bahia e pelo Brasil, tem história, precisa ser respeitado", defendeu. Diante de tantas manifestações, o senador concluiu: "A Bahia inteira está comigo, sei que incomodei a muita gente, sobretudo nessa fase em que apontei corrupção e erros graves do governo e por isso querem me calar", disse emocionado, num tom de voz moderada. O discurso também seguiu a linha da moderação, sem as tradicionais farpas contra o presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele achou que FHC agiu com correção ao evitar falar e proibir os ministros a dar declarações sobre o problema do Senado. "Essa posição deveria ser a mesma dos membros da Comissão de Ética do Senado, que não devem antecipar seus votos", disse, numa crítica aos senadores que vêm se manifestando sobre o caso. ACM admitiu que já está fazendo suas contas sobre a votação dos membros da Comissão no desfecho do episódio. "A gente sempre faz contas, embora cada um (senador) tenha a sua independência e não se possa prevê o resultado", declarou, alimentando a esperança que não sofra nenhuma punição. Magalhães reafirmou que tem dois caminhos a seguir após o caso, disputar a reeleição ao Senado ou o governo baiano. Indagado se tirou alguma lição de todo o episódio, ACM disse que pretender fazer uma ampla reflexão sobre tudo isso.

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