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ACM diz que FHC é leniente com corrupção

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Conselho de Ética do Senado, Remez Tebet (PMDB-MS) é um "fascista", o relator Saturnino Braga (PSB-RJ) "faccioso", os senadores que defenderam sua cassação, "sem qualificação" para julgá-lo e o presidente Fernando Henrique Cardoso "leniente" com a corrupção. As declarações são do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) ao desembarcar no final da tarde de hoje na capital baiana, reassumindo seu velho estilo após o "calvário" vivido no Conselho de Ética do Senado ontem. ACM parece ter acumulado energias nos últimos dias para disparar em todos os alvos que considera responsáveis pela sua cassação e já admite veladamente a renúncia. "Meus advogados estão decidindo em São Paulo se vão (entram com um recurso) ao Supremo ou se eu apresento a renúncia na quarta-feira", disse, informando que somente na segunda-feira receberá o "veredicto" dos advogados. Até lá, ele vai preparar o discurso de renúncia a ser lido quarta-feira no Senado, a opção mais provável. Se houver a renúncia, ele se candidatará em 2002. "Qual é a dúvida?", indagou, explicando que "os baianos decidirão se a candidatura será ao Senado ou ao governo do Estado". Pelo tom mostrado hoje, os senadores e o governo devem esperar por chumbo de grosso calibre na quarta-feira pois ACM não perdoa o julgamento do Conselho de Ética. "Ele (Tabet) foi um presidente fascista e sem nenhum senso de Justiça" acusou, classificando o relator Saturnino de faccioso por ter "premeditado" o resultado "declarando uma culpa inexistente" para os membros do conselho. Magalhães está mais inclinado a renunciar porque não se diz disposto a permitir "que o meu julgamento fique à disposição do presidente (do Senado) Jáder Barbalho (PMDB-PA)". Ponderou que não tem relações com Barbalho e não quer que ele "dê um voto que absolva ou me condene". O senador acha que tem margem para ganhar (uma pena mais branda) na Mesa Diretora do Senado. Contudo, considera que "talvez não valha a pena voltar a debater com aquelas pessoas, com a mesma facciosidade da vez anterior". ACM não quer passar pelos mesmos "aborrecimentos" do Conselho e ser julgado novamente por pessoas que não qualifica "à altura de fazê-lo". Ele também atacou a Imprensa. "Foi uma atitude facciosa de toda a Imprensa, TVs e jornais, para destruir alguém forte pois era preciso saciar a sede da própria imprensa; depois vão se arrepender e se arrependendo eu continuarei a minha luta". Sobre a participação do presidente Fernando Henrique Cardoso em todo o episódio, o pefelista o absolveu. Pelo menos neste caso. "Há muito tempo não me encontro com o presidente Fernando Henrique e se traição houve foi no passado", alfinetou, preparando as críticas mais pesadas. "No momento ele (FHC) passa por uma situação muito difícil do ponto de vista da economia e energético", disse, considerando que o presidente precisa "melhorar ainda do ponto de vista moral, pois apesar de não ser imoral é leniente com a corrupção". Apesar das críticas, ACM não quis admitir que passará para oposição. "Serei um homem como sou hoje no PFL: independente, aplaudindo aquilo que prestar no governo federal e ficando contra os apagões que estão aí se sucedendo".

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