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ACM diz que FHC comandava caixa 2 de campanha

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) acusou ontem, na capital baiana, pela primeira vez abertamente, o presidente da República Fernando Henrique Cardoso de comandar o esquema de captação de recursos através do chamado Caixa 2 para sua campanha presidencial por meio do ex-secretario Eduardo Jorge. "Se ele disser que é mentira, vou apontar as pessoas que realmente davam dinheiro ao Eduardo Jorge por ordem de Fernando Henrique", disse. ACM deu essas declarações após ler, na edição de hoje de O Estado de S. Paulo uma reportagem em que o presidente da República afirma que irá atacá-lo, e a outros ex-aliados, na campanha eleitoral do próximo ano. Segundo ACM, o presidente deveria iniciar o ataque logo "pois preciso subir no Ibope; não é possível que só as oposições cresçam porque recebem críticas do presidente", ironizou. "Fernando Henrique Cardoso está na última lona e quem é atacado por ele aumenta a popularidade". Para rebater as insinuações do presidente, Magalhães deu a entender que poderia esclarecer as suspeitas do esquema de Caixa 2 das campanhas presidenciais que envolvem Eduardo Jorge e foram assunto de investigação dos procuradores de Brasília. "Não tenho quem receba verbas para mim, extraoficialmente, como ele fazia no caso Eduardo Jorge", disse, comparando-se ao presidente e confirmando saber do esquema que consistia na arrecadação de fundos de empresários para a campanha presidencial do candidato Fernando Henrique. ACM também ameaçou divulgar a correspondência trocada com FHC quando denunciava corrupção no governo e pedia providências. Dirigindo-se ao presidente, mandou um recado: "Não se assuste com as cartas, que elas vão ser publicadas", disse. Magalhães também voltou a dizer que Fernando Henrique traiu o ex-governador paulista Mário Covas ao articular o apoio do PFL ao candidato Paulo Maluf (PPB) na eleição estadual de 98 e enfatizou que o presidente continua "desrespeitando" o tucano. "Agora ele trai a memória de Covas quando se aproxima da pessoa que mais ofendeu o governador paulista, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL)". Para Magalhães, o problema de Fernando Henrique é de ordem médica. "Tenho a impressão que ele está numa fase difícil do ponto de vista mental, mais ainda acredito que possa melhorar com tratamento ou repouso". Sem provas. E à procura de espaço O ex-senador não apresentou prova alguma da grave acusação feita contra o presidente da República. Desde que renunciou ao mandato de senador, para escapar da possível cassação, com a consequente perda dos direitos políticos, ACM tem empreendido uma romaria pelos meios de comunicação à procura de espaço. Sua peregrinação já incluiu visitas a emissoras de TV e participação em vários programas, nos quais dispara acusações contra o presidente e o governo - sempre sem provas. Ele já afirmou que percorrerá o país pregando "moralidade".

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