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Acampado espera terra prometida há seis anos

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-construtor Aparecido José Farias, de 43 anos, perambula há seis anos pelos acampamentos do Pontal do Paranapanema à espera de um pedaço de terra prometido pelo MST. Pedreiro experiente, ele empreitava e construía casas em Presidente Prudente. "Podia ser a planta mais complicada, mas eu fazia igualzinho", recorda. Os pedidos de serviços mingüaram e ele aceitou o convite para participar de uma invasão. Depois, foram mais três, a última segunda-feira, na fazenda Santa Rita, em Teodoro Sampaio. A mulher, os filhos e o único neto ficaram em Prudente. "Estão esperando eu me ajeitar para virem também." Outros quatro membros da família de Farias já estão assentados. A mãe, Rosa Emília da Conceição, de 76 anos, mantém a propriedade com quatro alqueires de cana, arrendados, e uma pequena criação de vacas de leite, no assentamento Água Sumida. Duas irmãs estão assentadas na gleba 15 de Novembro, e o irmão tem um lote no Água Branca. "Todos estão bem melhor que eu." O violeiro José Raimundo, o "Zé da Viola", tem uma história parecida. Requisitado para se apresentar em bares e festinhas, deixou Goio-Erê, no Paraná, para tentar a sorte em São Paulo. "Já conhecia o pessoal do MST." Convidado para uma assembléia, logo estava participando de uma invasão. É ele quem anima as noites nos acampamentos, cantando músicas sertanejas, muitas de sua própria autoria. Bom violeiro, garante que também sabe trabalhar na lavoura. "Tenho as mãos grossas de tanta enxada."

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