Banco Central e Esportes não deixam governo

Decisão foi discutida durante reunião ministerial realizada no Palácio do Planalto, sob o comando dos ministros Jaques Wagner e Ricardo Berzoini

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Por Tania Monteiro e Vera Rosa
Atualização:
O chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner Foto: Fabio Motta|Estadão

BRASÍLIA - À exceção dos ministros do Banco Central, Alexandre Tombini, e do interino dos Esportes, Ricardo Laser, todos os integrantes do primeiro escalão do governo da presidente Dilma Rousseff vão pedir demissão, assim que houver a decisão do plenário do Senado sobre o processo de impeachment contra ela, considerado irreversível. A presidente Dilma assinará as demissões assim que for notificada pelo Senado, o que está previsto para acontecer amanhã, caso seja aprovado o seu afastamento. Uma edição extra do Diário Oficial será publicada com as demissões.

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A decisão foi discutida durante a reunião ministerial realizada no Palácio do Planalto, sob o comando dos ministros do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini. A equipe de Dilma não irá fazer transição para o vice-presidente Michel Temer.

A ordem da presidente Dilma, que não participou da reunião com os ministros, e permaneceu no Palácio da Alvorada, é de manter Alexandre Tombini para evitar qualquer tipo de turbulência econômica, para evitar causar mais problemas nesta área para o País. Da mesma forma, o ministro dos Esportes interino fica no cargo, pelo menos por enquanto, por conta da realização das Olimpíadas. Este DO extra vai publicar ainda a demissão dos secretários executivos dos Ministérios. Mas em alguns casos, como da Fazenda, eles permanecem em seus postos, também com objetivo de manter estabilidade do mercado.

O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, foi quem sugeriu, na reunião de algumas pessoas fossem mantidas estrategicamente nos cargos por conta de suas funções, muito específicas. É o caso do Secretário-Geral do MD, que é um caso especial. Em cada ministério será mantido um funcionário para repassar informações técnicas e administrativas à equipe de Temer, mas não necessariamente será o secretário-executivo. Dilma não fará transição, como antecipou o Estado, por considerar que é vítima de um golpe. Mas todas as informações técnicas e administrativas estão sendo preparadas para serem repassadas, para evitar que o governo petista seja acusado de que esteja fazendo boicote.

Todos os ministros e secretários foram a orientados a deixar seus telefones e contatos atualizados no Planalto. Novas instruções serão repassadas aos ministros amanhã. Também amanhã, caso a presidente seja afastada, ela vai fazer uma declaração à imprensa, não se sabe ainda a que horas. Neste momento, a ideia é que todos os ministros de seu governo a acompanhem nesta declaração. 

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