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'Abril Vermelho' do MST já invadiu 30 áreas em SP e PE

Por AE
Atualização:

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) continuaram hoje a onda de invasões nos Estados de São Paulo e Pernambuco, como parte do "Abril Vermelho", a jornada nacional do movimento pela reforma agrária. Nesta quarta-feira, São Paulo teve mais duas ações e o total de ocupações dos sem-terra chegou a 11 no Estado. Em Pernambuco, o movimento realizou três novas invasões, elevando o número para 19 no balanço da semana.Em Pereira Barreto (SP), cerca de 400 militantes ocuparam uma área da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), na margem do canal da cidade, que interliga os reservatórios de Ilha Solteira, na bacia do rio Paraná, e de Três Irmãos, no rio Tietê, no extremo oeste. Para montar o acampamento, os sem-terra usaram também uma área de domínio da Marinha, considerada de proteção ambiental. De acordo com o líder René Parren, o objetivo é chamar a atenção para a falta de ação do governo na arrecadação de oito fazendas consideradas improdutivas na região.Em Marabá Paulista, no Pontal do Paranapanema, 150 militantes ocuparam uma área lindeira na rodovia vicinal que liga a cidade a Teodoro Sampaio. Os líderes dos sem-terra tinham dúvida se o terreno pertence à prefeitura ou ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do governo estadual. "Não vamos ficar muito tempo aqui", disse o coordenador Ricardo Barbosa. "O plano é organizar as famílias para fazer a ocupação de algum latifúndio improdutivo."Na região de Campinas, ao menos cem famílias ocupam desde ontem área da Fazenda Monte d''Este, do grupo Tozan, no quilômetro 121 da Rodovia Adhemar de Barros (sentido Mogi Mirim-Campinas). A fazenda, histórica na região, é ponto de turismo rural e produz café e frutas. "Entramos nessa área porque, há dois anos, ela foi vistoriada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e dada como improdutiva", afirmou a militante Érica Aparecida, que acampa no local com representantes do MST de Campinas, Limeira, Hortolândia, Sumaré e Americana. Os proprietários proibiram funcionários de dar declarações e informaram, por meio deles, que não vão se pronunciar sobre a ocupação.Em Pernambuco, as áreas ocupadas hoje foram a Fazenda Granja, na cidade de Arcoverde, o engenho Camaçari, no município de Pombos, e o engenho Manguinhos, em São José da Coroa Grande. Este último, que pertencia à Usina Central Barreiros, que faliu, já foi ocupado outras vezes pelo movimento que reivindica a área desde 1998. Segundo o MST, o engenho Camaçari, que integra a Usina Nossa Senhora do Carmo, foi vistoriado e considerado improdutivo pelo Incra em 2002, mas até hoje não foi desapropriado.

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