Abatido, Inocêncio critica decisão do PFL

Por Agencia Estado
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As últimas horas de campanha para o candidato pefelista à Presidência da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PE), foram difíceis. Abatido com o golpe que sofreu de seu próprio partido no Senado, que recusou um acordo com a oposição que reverteria em votos pró-PFL na Câmara, Inocêncio teve que driblar, ao longo do dia, as adesões inesperadas à candidautra adversária. Ao mesmo tempo, o comando nacional do PFL mobilizou alguns governadores para ajudar na candidatura de Inocêncio e garantir votos dissidentes do PPB. "Na minha avaliação, não foi a melhor decisão do partido (o lançamento de Arlindo Porto); se tivessem decidido votar em Jefferson, eu já estaria eleito", admitiu o pefelista. "Mas vamos para o segundo turno seguramente", apostou. Inocêncio trabalhou pessoalmente, da noite de segunda-feira até ontem, para evitar o lançamento da candidatura do senador Agripino Maia (PFL-RN). Seria um golpe fatal em sua candidatura na Câmara. Inocêncio chegou a ameaçar retirar-se da disputa no último momento, caso fosse confirmado um nome do PFL para disputar com o senador Jader Barbalho (PMDB-PA). Mas nem tudo foram espinhos para o candidato pefelista. Numa articulação com o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), o ex-governador Paulo Maluf e o deputado Delfim Netto (PPB-SP) mobilizaram-se para aumentar a dissidência pepebista em favor de Inocêncio. Além dos votos gaúchos e parte da bancada paulista do PPB, Inocêncio teve a promessa do apoio dos catarinenses, com a ajuda do governador Espiridião Amim (PPB). A mobilização do comando do PFL para ajudar Inocêncio envolveu o governador do Paraná, Jaime Lerner (PFL), que prometeu estar em Brasília ainda ontem à noite. O governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, reiterou o apoio de seus deputados ao pefelistas, segundo o próprio Inocêncio. Já o prefeito do Rio, César Maia, liberou seu secretário de Meio Ambiente, Eduardo Paes (PTB-RJ), para reassumir o mandato de deputado federal e votar em Inocêncio. "Meu líder, mais um soldado no seu Exército", animou-se Eduardo logo depois de tomar posse, ontem de manhã.

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