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A tortura e a morte, pela voz dos porões

Agentes da mais secreta seção do DOI contam pela primeira vez as táticas da repressão durante a fase mais dura do regime

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Foto do author Marcelo Godoy
Por Marcelo Godoy
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Pela primeira vez uma dezena de agentes do Destacamento de Operações de Informações (DOI) de São Paulo decidiu falar. Diretamente envolvidos nas operações contra a guerrilha urbana, eles trabalharam na mais secreta das seções do órgão: a Investigação. Alguns dos nomes pelos quais serão chamados são fictícios, outros eram seus codinomes verdadeiros. O que eles relatam aqui ao Estado são detalhes de como funcionou a estrutura que possibilitou a prisão, a tortura e a morte de dois casais de militantes da Ação Libertadora Nacional (ALN), um dos grupos de esquerda que pegaram em armas contra o regime militar. São dois casos exemplares, que representaram o fim de uma era e o início de outra no DOI. Ninguém mais que estivesse marcado para morrer teria a execução justificada com a encenação de um tiroteio: o segredo e o desaparecimento se tornariam regras. A mudança coincidiu com a saída do tenente-coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra do comando do DOI, em 1974, e a posse do tenente-coronel Audir Santos Maciel. Os dois chefiaram o órgão no período mais duro da repressão. Eles são alvos, desde maio deste ano, de ação do Ministério Público Federal que busca responsabilizá-los por torturas e mortes, como no caso do guerrilheiro Antônio Carlos Bicalho Lana e de sua companheira Sônia Maria Moraes Angel Jones. Filha do então tenente-coronel do Exército João Luiz de Moraes, Sônia fora casada com o líder do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) Stuart Edgar Angel Jones, cuja morte em 1971 fez a mãe, a estilista da alta sociedade carioca Zuzu Angel iniciar sua militância contra o regime. Zuzu morreria em um mais que suspeito acidente de carro no Rio, em 1976. Antes, sofreria a perda da ex-nora. A morte de Sônia foi daquelas que pareciam embutir um recado, como se fosse necessário afirmar que todos eram iguais perante o DOI, da mesma forma que, nos anos 70, a placa na entrada do Palácio da Polícia, no centro de São Paulo, informava: "Contra a Pátria não há direitos." Lana, seu companheiro, era, como Sônia, de uma geração de militantes de esquerda - muitos deles saídos do movimento estudantil - que acreditou na luta armada como o caminho para o socialismo no Brasil. O guerrilheiro era um dos últimos cabeças da ALN ainda vivos. Creditavam-lhe a participação em dezenas de assaltos e mortes. "Ele virou ?objeto de desejo? depois que mataram o Otavinho (Otávio Gonçalves Moreira Junior era delegado do DOI de São Paulo. Foi morto a tiros em 73, no Rio, pela ALN e outras duas organizações)", disse o tenente João. O casal foi o alvo de uma operação em que se mesclaram o controle de militantes deixados em liberdade (montaria), a vigilância de quem será preso (paquera), o uso de informantes (cachorros), a prisão (cana), a tortura (pau) e a simulação de tiroteio (teatro). "Eles estavam em um ônibus, que parou num posto de venda de passagens, perto do Canal 1, em Santos", conta o agente Alemão. Lana desceu e foi comprar os bilhetes para São Paulo - Sônia ficou no ônibus. Enrolada em uma toalha, ele carregava uma pistola. "Ele (Lana) não pensava duas vezes: metia bala", diz outro oficial. Antes de ele chegar ao guichê, um homem baixo, de cabelos castanhos, aproximou-se a passos largos e se atirou em cima de Lana. Em segundos, outros cinco homens armados se atracaram com o guerrilheiro enquanto dois passageiros se levantaram e detiveram Sônia. Quatro dias depois, a morte do casal foi noticiada pelos jornais. O comunicado do Exército dizia que haviam resistido à prisão, na zona sul de São Paulo, sendo alvejados num tiroteio. Quem comandou a operação e foi o primeiro a pôr as mãos em Lana era o chefe da Investigação do DOI: o capitão do Exército Ênio Pimentel da Silveira, o Doutor Ney. "Ele nos dava todo apoio", diz a tenente Di. Seus antigos subordinados só têm elogios ao homem. Dizem que "era um patriota", que sua "coragem e determinação" o transformavam no "grande motor do DOI", como o delegado Sérgio Paranhos Fleury foi para a polícia. A exemplo deste, Ney também fez muita gente desdaparecer. Quando PMs do destacamento lhe pediram que intercedesse pelo grupo a fim de apressar suas promoções, Ney disse: "Nós estamos lutando pelo bem do Brasil. Não esperem recompensa." INFORMANTES O nome código da operação que levou às prisões em Santos era Fritz-Litoral. Ela começou meses antes, quando Ney transformou em informante um bancário ligado à ALN e ao antigo comitê municipal de São Paulo do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Era o agente Fritz, que militara ao lado de lideranças do Partidão, como Argonauta Pacheco e Lindolfo Silva. Ele foi preso pela primeira vez em 1969, na esteira das delações feitas por um colega da ALN, organização que nascera de um racha do PCB comandado em 1967 por Carlos Marighella. Solto em 1971, Fritz foi novamente detido. Desta vez, sua passagem pelo DOI não deixou registro. A prisão havia sido feita pelos homens do Doutor Ney e, quando isso acontecia, era mau sinal. "Ou virava informante ou viajava (desaparecia)", diz o tenente Zé, da PM. O informante mantinha uma gráfica na Vila Maria, na zona norte, um negócio consentido pelo DOI. Em 1973, foi trabalhar no curso de alfabetização de adultos do padre Giorgio Callegari, nas salas paroquiais da igreja da Vila Santa Catarina, na zona sul. O padre era outro ex-preso político. As aulas eram à noite para turmas de até 40 alunos. Fritz ensinava n as 3ª e 4ª séries do curso. Ficou ali até 1979. "Eu conheci o Fritz. Vi ele cobrir ponto como apoio da ALN. Foi preso pelo Doutor Ney, foi pro pau e virou", disse João. Cada informante tinha um "controlador". No caso de Fritz, era o sargento Fábio, do Exército. Fábio controlava outro informante, muito mais importante do que Fritz. Tratava-se de Jota. Os dois cachorros ajudaram o DOI a descobrir o paradeiro dos remanescentes da ALN em São Paulo, entre eles Lana. O informante permitia que os agentes o seguissem até que seus contatos fossem identificados. "Eu nunca desconfiei dele (Fritz)", disse Cloves de Castro. Integrante da ALN, Castro era desses militantes, a maioria ex-presos, que vez ou outra os militares seguiam em segredo. Eram as montarias. Fritz informou ao DOI que um dos seus contatos lhe falara de um militante importante, "comando da ALN". Jota fez o mesmo. Este, segundo o agente Fábio, contou que o tal dirigente se encontrava com o jornalista Luiz Roberto Clauset. Os militares passaram a vigiar Clauset até que ele teve um ponto no dia 19 de novembro de 1973. "Foi na antiga rodoviária. Ele (Clauset) foi ao ponto e aí quem entrou foi o Bruno (codinome de Lana). A turma foi atrás dele. Se ele grilasse (desconfiasse) era pra pegar. Da hora em que viram, não escaparia mais", contou João. Os homens das equipes Aldeia, Cúria, Jandaia, Pluma e Curinga, da Investigação, estavam no DOI quando a notícia chegou. Mais de 20 agentes recebiam a Medalha do Pacificador em cerimônia interna com a presença do general Humberto Souza Mello, comandante do 2º Exército. Os militares seguiram o suspeito até a zona sul, onde ele comprou passagem para Santos numa agência da Viação Cometa. Suspeitavam de que se tratasse de Lana, mas estava difícil identificá-lo, pois ele tingira os cabelos. Dois agentes subiram no ônibus e uma equipe foi atrás em um Fusca. Em Santos, na divisa com São Vicente, o suspeito entrou num prédio. "Era um prédio mixuruca, na avenida que sai da linha do trem. Ele parou no primeiro andar. Ficamos embaixo da janela, conversando", afirma um dos agentes. Foi quando Ney chegou. O capitão mandou que todos saíssem dali para não alertar o alvo. De manhã, quando voltaram ao lugar, descobriram que Lana se mudara com uma mulher. O DOI foi atrás do taxista que transportara o casal e descobriu que ele estava em São Vicente. O sargento Fábio trouxe o informante Jota, que confirmou: o suspeito era Lana. O DOI alugou um apartamento em frente ao do casal. "À noite, meus colegas vigiavam e eu chegava às 3 horas para rendê-los", disse um agente. Queriam identificar os contatos de Lana. Ele costumava sair às 7 horas. Uma vez foi ao mercado. Outra foi com Sônia à praia. A vigilância durou uma semana. "Ele era uma das figurinhas carimbadas", contou Alemão. No dia da captura, a tenente Neuza estava com o sargento Cartucheira no apartamento alugado. Ney chegou com o capitão Freddie Perdigão, o Doutor Flávio. O chefe da Investigação entrou e foi ao banheiro. Foi quando Neuza viu o casal sair. "Sai! Sai, que o cara saiu", gritou a tenente para Ney, batendo na porta. Às 6 horas, o casal apanhou o ônibus da Viação Zefir que ia para São Paulo. O DOI foi atrás. Como não tinham bilhetes, Lana desceu para comprá-los. "O único que não tinha medo era o Ney. No dia pra pegar o Bruno (Lana), se o baixinho não sai com tudo e voa pra cima do cara...", contou um tenente. "Foi aquela briga. Ele (Lana) ?tava? de calça de abrigo e tinha uma 45 enrolada na toalha", lembrou Alemão. SÍTIO E BOATE O guerrilheiro recebeu uma coronhada, assim como Ney, ferido acidentalmente por um subordinado. No ônibus, dois agentes prenderam Sônia. Cada detido foi posto num carro. Lana subiu a Serra do Mar no Corcel do Doutor Ney. Ele e Sônia foram levados a um dos centros clandestinos de detenção da Investigação: o Sìtio, no Cipó, na zona sul - o outro era a Boate, em Itapevi, na Grande São Paulo. "O Ney queria os cabeças. Ele não matou o Bruno (Lana) porque queria informação. É que um informante contou que eles (os guerrilheiros) tinham os endereços de vários oficiais do DOI, daí por que não se podia ?fazer? (matar) na hora", disse um oficial. O destino de Bruno, no entanto, estava selado. Ele ia morrer. Sua companheira também não ficaria viva. Ex-aluna da Universidade Federal do Rio, Sônia foi cassada em 1969 com base no Decreto 477, que expulsava das instituições de ensino estudantes que tivessem militância política. Vivia, então, com Stuart, o filho de Zuzu. Em 1970, exilou-se na França. Lá soube, no ano seguinte, que o companheiro morrera. Ele havia sido torturado por militares para revelar o paradeiro do ex-capitão do Exército Carlos Lamarca. Arrastaram-no amarrado a um jipe, respirando a fumaça do escapamento. Sônia decidiu voltar ao Brasil. Contatou a ALN e, em 1973, entrou clandestina no País. Tornara-se Esmeralda Siqueira Aguiar. No Sítio e na Boate, os presos ficavam acorrentados em argolas presas às paredes. "O Sítio era do Fagundes, um paisano amigo do Ney", disse João. A Boate era do irmão do subtenente Carlão. O acesso a eles era restrito até para integrantes da Investigação. Normalmente só militares do Exército os freqüentavam, como Carlão, os sargentos Pedro Aldeia e Fábio e os capitães Ney e Perdigão. O tenente Zé foi convidado a fazer um bico na Boate. "Eu não quis. Aquilo não era serviço para mim", disse. "A pessoa que ia viajar não entrava no Açougue (DOI), porque lá tinha muita gente, a guarda toda. Ou ia pro Rio (de Janeiro) ou para a Boate", afirmou outro agente. Antes de executar o casal com tiros no tórax, cabeça e no ouvido, era preciso justificar as mortes. O teatro simulando a perseguição e o tiroteio foi encenado na zona sul. Uma tenente da PM fez o papel de Sônia e um agente, o de Lana. "Eu lembro um dia do Habib... coitado ele não sabia de nada. Chegaram lá e deram uns tiros de festim num colega dele. (...) Ele não sabia do cirquinho e pra ele foi real. O Aldeia foi quem deu os tiros. ?Por que é que o Aldeia está matando ele?? (dizia o Habib) (...) Fazia o cirquinho e o jornal publicava que eles tinham sido mortos num tiroteio", disse um oficial. Era 30 de novembro quando o tenente João presenciou a chegada dos corpos de Sônia e de Lana ao DOI. "Aí foi feita aquela fotografia para o fichário, depois mandaram para o IML (Instituto Médico-Legal)." Em 1º de dezembro, o pai de Sônia leu em O Globo que "as forças de segurança" mataram Esmeralda e seu companheiro. O oficial reuniu a família e todos foram a São Vicente. Ao chegar, achou o apartamento da filha ocupado por homens do DOI que esperavam que algum militante incauto se aproximasse. "O coronel foi à casa; ou ele contatava a organização ou a organização contatava ele. Ele tomou umas porradas sim, porque chegou botando banca... foi mais na base do vamos ver quem manda mais", disse João. O coronel e a família foram obrigados a seguir para um hotel em São Paulo. A mãe de Sônia ainda teve tempo de levar um par de óculos e um carretel de linha, lembranças da filha. No dia seguinte, o pai depôs no DOI. "Indaguei aos interrogadores a respeito do paradeiro da minha filha, e um me respondeu que o corpo só podia ser visto com a autorização do comandante do 2º Exército", contou ao Grupo Tortura Nunca-Mais. O coronel buscou ajuda e acabou preso quando tentou conversar com o general Mello. Em depoimento à Biblioteca do Exército, o coronel Maciel, que assumiria o DOI dois meses depois, disse que deu ao pai de Sônia o número de sua sepultura no Cemitério Dom Bosco, em Perus, em São Paulo. "E o problema acabou para nós. Anos depois, esse cidadão se transformou no primeiro chefe ou líder dos terroristas (referência ao fato de o coronel chefiar o Grupo Tortura Nunca-Mais), embora fosse tenente-coronel. Fico até revoltado quando me lembro do fato." Maciel reafirmou a versão de que o casal morreu em tiroteio, "o último na rua que houve em São Paulo". De fato, em seu comando no DOI (1974-1976), não houve mais teatro. O método acabou com a saída de Ustra. A partir de então, todos desapareceram, sem explicações. DESAPARECIDOS Foi o que ocorreu com o segundo casal dessa história: Wilson Silva e Ana Rosa Kucinski. Os agentes contam que, sob o comando de Maciel, eles foram presos em São Paulo, em 22 de abril de 1974, e levados ao Rio. "Eu prendi o Wilson Silva no Anhangabaú. Ele era comando nacional da ALN. Seguimos muito tempo o Wilson. Ele tinha uma casa na Rua Padre Chico. Eu grudei nele e uns quatro ou cinco (colegas) grudaram nele. Todos queriam o homem'', disse o tenente Zé. O ex-agente Marival Chaves, o Doutor Raul, era até então o único a confirmar a prisão. Marival era amigo de Pedro Aldeia, homem de confiança de Ney. "O casal foi morto no Rio", disse o agente Fábio. Lá, em Petrópolis, havia outra prisão clandestina. Wilson caiu preso porque teve contatos com gente vigiada pelo DOI por meio dos cachorros que levaram a Lana e Sônia: Jota e Fritz. Com este último, o dirigente da ALN se reuniu numa festa na igreja na zona sul em que o informante dava aulas. "Ele (Wilson) sabia que estava sendo seguido. Todo ponto que ia cobrindo ele avisava as pessoas", contou o tenente Zé. Um desses pontos foi no centro. "No meio da conversa, ele (o contato de Wilson) se virou e nos viu. Ele empalideceu. Eu disse ao Perdigão: ?O Wilson avisou o cara.? Mas o Perdigão disse que eu ?tava? vendo fantasma." Terminado o encontro, o contato de Wilson correu e entrou na Rua Direita. Ia e voltava, como se quisesse surpreender quem o seguia. Pegou um ônibus e desceu na Consolação. "Ele saiu do coletivo tão apressado que atropelou uma agente nossa, a tenente Di, e apanhou um táxi. Foi parar numa favela na zona sul. O Perdigão foi atrás e caiu numa fossa. O cara escapou", contou Zé. As prisões ocorreriam dias depois, quando Wilson desceu de um Fusca, no Anhangabaú, no centro. Olhou para os lados e, ia atravessar a Avenida 23 de Maio, quando foi agarrado por Zé. Mais adiante, outros agentes detiveram Ana Rosa. O casal foi entregue ao Doutor Ney. Wilson se tornou o último chefe da ALN em São Paulo a morrer. Fundada por Marighela, a organização chegou ao fim em 1974. O destino do casal começou a ser desvendado quando agentes do DOI tentaram vender informações sobre Ana Rosa ao irmão, o jornalista Bernardo Kucinski. Descobertos, Jamil, Junior e Márcio foram expulsos do destacamento. Oficialmente, o casal nunca foi detido. Seu sumiço foi o prenúncio do que ia ocorrer com metade do Comitê Central do PCB. O Partidão era contra a luta armada. Defendia a volta das liberdades democráticas e a política de frente ampla com a oposição legal, agrupada no MDB. Mas o DOI pensava diferente. "O PCB era a base de todo o terrorismo. De lá haviam saído Marighella, Joaquim Câmara Ferreira e outros. O Comitê Central era importante acabar, pois ele é que organizava o partido, que era ilegal", disse Antônio, oficial do Exército. Vários líderes do Partidão morreram na Boate. Corpos esquartejados foram amarrados a mourões e lançados de madrugada num rio. "Era perto de Avaré", disse um oficial. "O Marival é um traidor, mas não mentiu (Marival foi o primeiro a falar da Boate, em 1992; nas buscas feitas num rio em Avaré, os bombeiros só acharam pedaços de concreto)", contou Zé. O método só acabaria com nova troca do comando. Maciel e o general Ednardo D?Ávila Melo, chefe do 2º Exército, foram substituídos após a morte do operário Manoel Fiel Filho, nas dependências do DOI de São Paulo, em 1976. Mais tarde, outras mudanças afetariam os agentes. Everaldo "virou crente". Habib "ficou meio matusquela". Ney "se matou". Houve quem se acabou na bebida ou passou a "ver fantasmas". "Mas o importante nisso tudo é que quem levou a esse estado de coisas foram eles, o Marighella, o Lamarca. Eles é que criaram essas organizações subversivo-terroristas. Quem provocou a guerra foram eles. O Exército teve de reagir, e você sabe: em toda batalha morre inocente. O (Vladimir) Herzog foi um deles, o Manuel Fiel Filho foi outro. Se você me perguntar se valeu a pena, eu vou dizer que sim, pois foi por causa de nosso trabalho que hoje vivemos numa democracia e você pode fazer o seu trabalho", disse Antônio. Ele é apenas um dos agentes do DOI que fariam tudo de novo.

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