'A luta está apenas começando, a derrota é momentânea', diz líder do PT na Câmara

Em entrevista na noite deste domingo, o deputado José Guimarães (PT-CE) disse que a partir de segunda-feira começará uma 'guerra prolongada', mas que as 'ruas' estão com a presidente Dilma

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Por Pedro Venceslau e Bernardo Caram
Atualização:

BRASÍLIA - O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), concedeu entrevista coletiva no noite deste domingo, 17, em que reconheceu a "derrota momentânea" do governo na votação da admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. 

"Perdemos porque os golpistas foram mais fortes, comandados por Cunha", em referência ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável por aceitar o pedido em dezembro passado. "A luta está apenas começando. A derrota é momentânea, as ruas estão conosco e temos condições de virar o jogo no Senado. Essa é uma agressão à legalidade democrática", disse Guimarães.

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE) Foto: André Dusek/Estadão

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Ainda segundo o líder, nesta segunda-feira, 18, começará uma "guerra prolongada". Segundo ele, os deputados de oposição não têm "autoridade moral" para falar em ética e corrupção. "O governo reconhece essa derrota provisória porque a guerra não terminou. Os golpistas venceram na Câmara mas a luta continua nas ruas e no Senado", disse, não descartando ainda recorrer à Justiça.

Guimarães, entretanto, não deixou claro qual seria o motivo que levaria o governo a buscar o Judiciário. Segundo ele, esses detalhes serão dados pelo Advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo. Após a conclusão da sessão desta noite na Câmara, Cardozo deve conceder uma entrevista coletiva à imprensa. 

O deputado petista descartou durante a entrevista que o governo vá adotar a tese de convocar eleições gerais. "Não tem nada de eleição geral. A luta é nas ruas e no Senado", afirmou. Terminada a entrevista, que aconteceu no Salão Verde da Câmara, o deputado foi ao Palácio do Planalto para, segundo ele, dar um abraço na presidente.

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