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A aliados, Aécio propõe pacto por 'oposição vigorosa'

Candidato derrotado à Presidência, senador promove encontro com governadores tucanos, com parlamentares do PSDB e de outros partidos contrários a Dilma

Por RICARDO BRITO E NIVALDO SOUZA
Atualização:
Derrotado nas eleições presidenciais de outubro, o senador Aécio Neves se encontra com aliados nesta quarta, 5. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Brasília - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta quarta-feira, 5, que está selando um pacto de construção de uma "oposição vigorosa". Em ato que reúne na Câmara dos Deputados parlamentares e representantes do PSDB e de partidos de oposição e aliados, o tucano disse ter tido a percepção de que a eleição presidencial deste ano foi diferente das outras. "(Estamos) todos olhando numa mesma direção, é uma mesa de um lado só", afirmou. "Todos olham para um Brasil diferente do que aí está".

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Na rápida fala inicial, Aécio disse que está firmando um pacto de uma oposição "vitoriosa". Ele afirmou que é preciso dar uma contribuição para a política, para a ética e o atual momento é desafiador para todos os brasileiros.

O tucano conclamou os presentes a assistir ao discurso que fará no plenário do Senado a partir das 15 horas, no qual deve apresentar as linhas mestras da sua atuação no Legislativo durante os próximos quatro anos. "Quis que esse pronunciamento fosse precedido deste encontro, entre companheiros e companheiras de vários partidos políticos que acreditaram e que continuam acreditando em um Brasil mais justo e mais verdadeiro", afirmou.

Embora tenha elegido cinco governadores do PSDB, apenas dois compareceram ao ato: o do Mato Grosso do Sul, deputado Reinaldo Azambuja, e o do Pará, Simão Jatene, que chegou atrasado à solenidade. Também está presente o candidato derrotado pelo PSC a presidente, Pastor Everaldo.

Em seguida, a senadora Ana Amélia (PP-RS), candidata derrotada ao governo do Rio Grande do Sul, defendeu a escolha de apoiar Aécio Neves, considerando-a a "melhor decisão política" da vida dela. Destacou o senador como um líder e estadista. "Ele é daquela genética que todos conhecemos, que é do Tancredo Neves", disse ela. Nacionalmente, o PP apoiou a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

A senadora gaúcha afirmou ainda que a campanha eleitoral deste ano foi "suja, sórdida e criminosamente caluniosa". E resgatou a fala do ex-presidenciável do PSB Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em agosto: "Não vamos desistir do Brasil".

O presidente do PPS, deputado reeleito Roberto Freire (SP), afirmou que o ato é importante para dar "voz a uma indignação que as ruas começam a também expressar". O deputado, contudo, defendeu que as manifestações sejam democráticas.

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"Precisamos não nos render a uma indignação que perca a dimensão da luta democrática. Precisamos ser firmes para derrotar o governo petista na luta democrática. Não pensem eles que vão nos colocar em qualquer desvio da luta democrática, porque temos história nela", disse Freire.

O presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), defendeu a decisão do coordenador-jurídico da campanha de Aécio, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), de entrar com pedido na Justiça Eleitoral para fazer uma auditoria especial das eleições. O pedido foi rejeitado ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que permitiu, contudo, que o PSDB tenha acesso aos documentos da votação. "Na rua as pessoas estão dizendo que foi roubado mesmo. Então Carlos Sampaio, parabéns, porque você representou a maioria do povo brasileiro", afirmou.

2018. Momentos antes do encontro, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), defendeu nesta quarta-feira, 5, o senador Aécio Neves (MG) como "candidato natural" do partido a presidente da República em 2018. O tucano disse que Aécio é o "Messi", em referência ao atacante do time espanhol Barcelona, e concorreria em 2018 até mesmo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Questionado se Lula não seria o Messi do PT, ele ironizou: "O Lula é mais um Michel Platini (ex-jogador francês e presidente da Uefa), que está aposentado".

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