9,3 milhões de famílias têm renda per capita abaixo do mínimo

Por Agencia Estado
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Um quinto das famílias brasileiras vive com renda per capita mensal de até meio salário mínimo. Em 1999, eram 9,3 milhões de famílias nestas condições, segundo levantamento feito pelo IBGE com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Em números de hoje, seriam 20% de famílias em que cada um dos integrantes tem renda mensal de menos de R$ 100. Já as que têm renda per capita de mais de 5 salários mínimos representam apenas 9,4% do total, ou 4,3 milhões de famílias. Os porcentuais já foram piores no início da década. Em 1992, mais de um quarto (25,9%) das famílias vivia com renda per capita de até meio salário mínimo. E apenas 5,8% tinham renda de mais de cinco salários mínimos mensais por pessoa. O universo da pesquisa são os 46,3 milhões de famílias brasileiras que vivem em domicílios particulares permanentes. Desse total, 66,6% têm renda per capita de até dois salários mínimos. O Maranhão é o Estado com a maior concentração de famílias muito pobres. Quase metade (49,1%) do 1,3 milhão de famílias maranhenses tem renda per capita de até meio salário mínimo. E apenas 2,3% ultrapassam os cinco salários mínimos de renda per capita mensal. Logo depois vem o Piauí, com 47,7% das famílias na faixa mais pobre e apenas 2,5% na mais rica. Os melhores índices estão em São Paulo, onde 7,2% de 10,6 milhões de famílias vivem com renda de menos de meio salário mínimo por pessoa e no Distrito Federal, com 22,2% das famílias vivendo com renda per capita de mais de cinco salários mínimos. Diretamente ligada à baixa renda, a condição de moradia dos brasileiros também foi abordada nos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável. Com base nos dados da Pnad e do Censo Demográfico 2000, o IBGE escolheu o item que mede o número de pessoa por dormitório em cada domicílio. "A densidade excessiva de moradores por dormitório aumenta o risco de contração de doenças contagiosas, sobretudo se a pessoa está debilitada pela desnutrição", justificam os técnicos no estudo. Os números mostram que 24,7 milhões de brasileiros (ou 14,7% da população que mora em domicílios particulares permanentes) vivem em condições inadequadas neste quesito. O recomendável seria de no máximo três pessoas por dormitório. "A superposição de funções nos cômodos caracterizaria espaço insuficiente para a família e inadequação da moradia", diz a pesquisa. Segundo informações do Censo, o Estado com maior porcentual de pessoas vivendo em moradias com mais de três pessoas por dormitório é o Amazonas. O menor índice, o que indica melhores condições de vida neste item, foi registrado em Santa Catarina, com apenas 6,2% dos catarinenses vivendo de forma inadequada.

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