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12 deputados do PMDB aderem à CPI da Corrupção

Por Agencia Estado
Atualização:

A criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar irregularidades e corrupção no governo ganhou nesta quinta-feira a adesão formal de 12 do total de 95 deputados do PMDB. Encarregado de recolher as assinaturas na Câmara, o líder do PT, Walter Pinheiro (BA), informou que 141 dos 513 deputados aderiram à CPI. São necessárias, no mínimo, 171 assinaturas de deputados para a abertura de comissão na Câmara. No fim da tarde desta quinta, depois de quase um dia de suspense, o presidente do Congresso, senador Jader Barbalho (PMDB-PA), finalmente, assinou o requerimento para a criação da CPI da Corrupção, conforme havia prometido nesta quarta-feira em discurso na tribuna do Senado. Sem conseguir demover Jader da decisão, o líder do governo no Congresso, deputado Arthur Vírgilio Neto (PSDB-AM), anunciou que encaminhará uma consulta à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado questionando a constitucionalidade da assinatura de Jader no requerimento da CPI. "Ele é presidente de uma instituição e, como tal, é um juiz e, portanto, não pode estar envolvido no processo", argumentou Vírgilio Neto. "Acredito que a CCJ dirá que ele jamais poderia ter assinado o pedido", completou. Para o líder do Bloco Oposição no Senado, José Eduardo Dutra (PT-SE), a interpretação do líder governista "é um equívoco". Encarregado de coletar as assinaturas dos senadores favoráveis à CPI, Dutra lembrou que a adesão de presidentes do Senado em requerimentos de CPI nunca foi contestada. Ele citou como exemplo a adesão do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) à CPI do Judiciário. Apesar do apoio de 12 peemedebistas, os governistas estavam nesta quinta-feira mais calmos e confiantes que conseguirão barrar a criação da CPI da corrupção. Apostavam no esvaziamento natural do Congresso, com a proximidade do fim de semana. "O clima hoje melhorou um pouco até porque é quinta-feira e muita gente já foi embora", observou o presidente da Câmara, Aécio Neves (MG). Além disso, os líderes governistas estão mobilizando-se e pedindo às bancadas que não assinem o pedido de CPI. "Esses 12 que assinaram são, tradicionalmente, dissidentes no PMDB", argumentou Vírgilio Neto. Na avaliação dele, a oposição não conseguirá atingir o mínimo necessário para a abertura da CPI na Câmara, que exige pelo menos 171 assinaturas de deputados. "Não estamos nem um pouco assustados e, pelo levantamento que fizemos, não estamos vendo movimentação para a abertura de CPI" disse o líder tucano. "No PTB, ninguém vai assinar", disse o líder do partido na Câmara, Roberto Jefferson (RJ). Mas os oposicionistas contam com assinaturas de deputados da base aliada, como dos deputado Delfim Netto (PPB-SP) e Cunha Bueno (PPB-SP). As assinaturas dos peemedebistas foram entregues pela deputada Rita Camata (PMDB-ES), nesta quinta de manhã, a Pinheiro. "Agora que o presidente do PMDB e o candidato mais forte à Presidência da República, que é o senador Pedro Simon, já assinaram o requerimento de CPI, toda a bancada se sente livre para fazer o mesmo", sustentou Camata. Segundo ela, mais três peemedebistas - os deputados César Schirmer (RS), Oswaldo Biolchi (RS) e Gustavo Fruet (PR) - comprometeram-se a assinar o pedido de CPI. Os pefelistas ligados a ACM não tinham, no entanto, assinado, até esta quinta o requerimento para a abertura da comissão. Dos 18 deputados do PFL da Bahia, apenas Paulo Magalhães, sobrinho de ACM, tinha aderido à CPI. "Mas os outros vão assinar", afirmou. No Senado, o senador Waldeck Ornélas (PFL-BA), outro afilhado do ex-presidente do Senado, também não tinha assinado o pedido de CPI. Para que a comissão seja instalada no Senado, são necessárias 27 assinaturas de senadores. Até hoje, segundo Dutra, 22 senadores haviam aderido à CPI: 16 de partidos de oposição, ACM e cinco do PMDB (Simon, Roberto Requião, José Fogaça, Maguito Vilela e Jader).

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