11 mil pessoas por dia circularam na reunião da SBPC

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A 54º reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) terminou nesta sexta-feira. A coordenação calcula que tenham circulado pelo campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG), nos arredores de Goiânia, cerca de 11 mil pessoas por dia. Eram esperadas 8 mil. Foi, portanto, um triunfo para Goiânia, que conseguiu atrair o mesmo número de participantes da reunião anterior, realizada em Salvador, na Bahia, que possui atrações naturais com as quais é difícil concorrer. ?Aqui não tem mar. Eles vieram mesmo para a SBPC?, diz Milca Severino Pereira, reitora da UFG. Inscreveram-se 5.043 pessoas na SBPC sênior. Para a SBPC jovem vieram 3 mil estudantes do ensino fundamental e médio. Da expociência participaram oficialmente 3.015 estudantes. Foram cinco dias de atividades contínuas: 33 conferências e 66 simpósios, assistidos por 14.365 pessoas, além de 34 minicursos, com 1.134 alunos. Foram apresentados 2.724 pôsteres com projetos de pesquisa de estudantes. Isso fora os encontros, lançamentos de livros e sessões especiais. Fora também as atrações culturais, os espetáculos, as festas, tudo que se espera de uma reunião desse porte. O nível de participação, tanto do público quanto dos palestrantes, entusiasmou Glaci Zancan, presidente da SBPC. As únicas atividades canceladas foram três conferências, pouca abstinência pela tradição das reuniões anuais. Mesmo o número de estudantes que não penduraram seus pôsteres como combinado ? 513 no total ? foi baixo, diz ela. Talvez o fator que mais tenha chamado a atenção tenha sido a baixa participação política. Acostumada a grandes manifestações, a reunião anual da SBPC se transformava em fóro de reivindicações. Esse ano, os ânimos estavam calmíssimos. Exceto por uma pequena confusão com estudantes dos campi do interior da UFG, que tentaram levantar uma faixa durante a cerimônia de abertura e foram impedidos pelos guardas, não houve nenhum outro acontecimento digno de nota. Os estudantes continuam contra várias coisas: a Alca, a OMC, a Lei de Inovação, e saem em defesa da universidade autônoma, pública, gratuita e de qualidade. Tudo na paz. O Centro Acadêmico de Ciências Biológicas era o que mais exibia cartazes: ?Alca não. Fora os EUA da Base de Alcântara?, ?A Floresta Amazônica é nossa? e ?Diga não a (sic) Alca", "Alca ameaça soberania dos países latino-americano?, onde se espera que o ?s? não tenha cabido e não que tenha sido esquecido, eram alguns deles. Embaixo dos cartazes, música americana, predominantemente rock, balançava quem passava por ali. É verdade que o viés político da SBPC vem diminuindo com os anos, tendo perdido um pouco o sentido, ou pelo menos a força, depois do fim da ditadura militar. A presidente da SBPC acredita que o fato de o processo eleitoral estar apenas começando tenha desmobilizando os estudantes. De qualquer forma, diz ela, a SBPC está se tornando cada vez mais acadêmica.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.