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11,4% da população infantil é analfabeta, diz IBGE

Por Agencia Estado
Atualização:

As cidades de médio porte levam grande desvantagem no quesito educação. Um dos melhores indicadores para medir o nível educacional é a taxa de analfabetismo das crianças de 10 anos. O índice varia de 5,4% nas grandes cidades, porcentual considerado aceitável pelas Nações Unidas, até 18,7% nas cidades que têm entre 20 mil e 50 mil habitantes. Há no Brasil 383 mil meninos e meninas de 10 anos que não sabem ler nem escrever e estão atrasados no ingresso do ensino fundamental. São 11,4% do total de crianças nessa idade. Já o número médio de anos de estudos dos responsáveis por domicílios, que chega a 7,6 nos maiores municípios, cai para 3,6 nos menores. A média nacional é de 5,7 anos de estudo. Segundo a pesquisa Indicadores Sociais Municipais divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os municípios pequenos têm taxas de alfabetização infantil melhores que os médios porque as prefeituras conseguem controlar com mais facilidade seus moradores. "É possível que em municípios muito pequenos as secretarias municipais de Educação consigam identificar melhor as demandas, localizando as crianças com algum tipo de dificuldade que as impeça de freqüentar algum estabelecimento de ensino", diz o estudo. Além disso, as baixíssimas taxas de analfabetismo no Sul contribuem, segundo o IBGE, para diminuir a média nacional. Apesar da alta taxa de analfabetismo entre as crianças de 10 anos, houve uma redução importante na década de 90. Em 1991, 21,6% das crianças de 10 anos (777 mil meninos e meninas) eram analfabetas. O analfabetismo infantil varia de taxas altas, como 33% em Alagoas, para baixíssimas, como 1,7% em Santa Catarina. Em nível de escolaridade, a média vai de 8,1 anos de estudos em Brasília a apenas 1,8 ano nas cidades de até 5 mil habitantes do Piauí. "As diferenças entre os municípios reproduzem não só as desigualdades regionais do País, mas diferenças dentro dos próprios Estados", resume o chefe do Departamento de População de Indicadores Sociais, Luiz Antônio Oliveira. No item educação, a diferença entre municípios de um mesmo Estado chama a atenção no Maranhão, onde na capital a média de escolaridade é de 7,5 anos de estudos e nas cidades com até 5 mi habitantres cai para apenas dois anos de estudos.

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