Waldomiro é condenado a 12 anos de prisão no Rio

Na sentença, juíza ainda condenou o ex-presidente da Loterj a pagar multa de R$ 170 mil; ele poderá recorrer em liberdade

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Por Alfredo Junqueira e RIO
Atualização:

Pivô do primeiro escândalo de corrupção do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República e ex-presidente da Loteria do Estado do Rio (Loterj) Waldomiro Diniz foi condenado a doze anos de prisão por corrupção passiva e crimes contra a Lei de Licitação. A sentença da juíza Maria Tereza Donatti, da 29.ª Vara Criminal do Rio, foi proferida na segunda-feira. Ele também foi condenado a pagar multa de R$ 170 mil. Homem de confiança do então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, Waldomiro foi demitido em 2004, após a divulgação de um vídeo em que ele aparece cobrando propina do empresário de jogos de azar Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. As imagens foram gravadas em 2002. O então presidente da Loterj pedia dinheiro a Cachoeira para campanhas eleitorais do PT e do PSB naquele ano.Cachoeira, que foi preso anteontem pela Polícia Federal em operação de combate à exploração de máquinas caça-níqueis, também foi condenado na 29.ª Vara Criminal. Vai pegar oito anos por corrupção ativa e fraude em licitação.Na conversa gravada, segundo o Ministério Público, Waldomiro e Cachoeira negociavam um esquema fraudulento numa licitação para a contratação de serviços de implantação, gerenciamento e operação do sistema de loterias do Rio. De acordo com a acusação, em troca de uma propina de R$ 1,7 milhão, Waldomiro aceitou elaborar edital para favorecer os interesses do contraventor."Ficou suficientemente comprovado que a 'negociata' entre os réus Waldomiro e Carlos Ramos visava interesses pessoais e também de políticos que seriam beneficiados com as tais 'doações', muito embora a renda da Loterj devesse ser 'destinada aos projetos de interesse social relacionados à segurança pública, à educação, ao desporto, à moradia e à seguridade social'", escreveu a juíza Maria Tereza em sua sentença.Defesa. Waldomiro e Cachoeira vão poder recorrer da decisão judicial em liberdade. O advogado Ary Bergher, que representa Waldomiro, não quis comentar a decisão, limitando-se a informar que vai apelar ao Tribunal de Justiça do Rio.O promotor responsável pelo caso, Felipe Rafael Ibeas, também anunciou que pretende recorrer da sentença, pois os dois condenados escaparam da condenação por formação de quadrilha e outros sete réus no processo foram absolvidos.

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