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'Voto com o PT, como sempre, ao contrário de meus críticos', diz Cândido Vaccarezza

Deputado alvejado por colegas do partido diz que defende posições da sigla e que vai ajudar a coletar assinaturas para plebiscito

Por Eduardo Bresciani e Brasília
Atualização:

Coordenador do grupo de trabalho da Câmara sobre reforma política, Cândido Vaccarezza (PT-SP) rebate as críticas de colegas de partido destacando sua lealdade ao governo e ao PT em votações. "Votarei no plenário nas posições do PT, como sempre fiz em minha vida política, diferente de muitos que me criticam." Ele afirma que o grupo fará uma discussão mais ampla do que a de um plebiscito, mas diz que as duas coisas podem acontecer paralelamente. O sr. recebeu críticas porque não defenderia posições do PT. Terá como fazer isso? Cândido Vaccarezza - Eu defendo as posições do PT mais do que muitos que me criticam. Nunca houve um voto meu contra o governo. Nunca assinei uma CPI contra. Nunca faltei quando o governo precisou de mim. Na comissão, a minha posição é outra. Eu vou trabalhar como coordenador para viabilizar a reforma. Em relação àqueles que dizem que não defendo as posições do PT, quero ressaltar: nunca faltei ao governo. Pelo contrário, sempre fiz parte da primeira linha na defesa da Dilma e do governo na Câmara. Nunca me escondi atrás de posições de alguma corporação ou de alguma ideia para fugir ao governo, diferente de muitos. Votarei no plenário nas posições do PT, como sempre fiz em minha vida política, diferente de muitos que me criticam. E o plebiscito da reforma política, bandeira da presidente Dilma depois das manifestações de rua? É possível fazê-lo? Cândido Vaccarezza - Vou ajudar a coletar assinaturas. Estou esperando o texto, que até agora o PT não apresentou. Mais do que qualquer um, vou ajudar. O plebiscito e a comissão não se excluem. A comissão vai fazer um trabalho que é muito amplo, enquanto que no plebiscito são pontos, três, quatro ou cinco, não mais do que isso. Quero aproveitar a comissão para ajudar em mudanças profundas. Podemos facilitar leis de iniciativa popular e aumentar os mecanismos de democracia direta. Dois pontos são centrais: o financiamento de campanhas e o sistema eleitoral. Mas esses pontos não seriam decididos no plebiscito?Cândido Vaccarezza - Ao se fazer o plebiscito, o resultado não é automaticamente lei. É preciso tramitar no Congresso. É a Constituição. Não é só fazer um x no plebiscito que vale. Será preciso ter a lei. Como serão os trabalhos?Cândido Vaccarezza - Vou lançar nesta quarta-feira o portal da reforma política. Quero que cada brasileiro envie sua proposta. Vamos fazer audiências públicas e aproveitar o trabalho já feito anteriormente, mas não como ponto de partida. Eu não vou usar nenhuma experiência derrotada como caminho para fazer a reforma política. Será concluído em 90 dias? Cândido Vaccarezza - Pode ser que tenha votação em plenário até antes. Não pode ser tudo em conjunto. Tem questões que são por mudanças na Constituição e têm tramitação própria, outras virão por lei complementar ou lei ordinária. Nós vamos construir um consenso progressivo. É preciso que se entenda que consenso não é algo que todo mundo concorda, mas o que todo mundo aceita. O que tiver uma posição mais hegemônica, votamos.

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