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Veja destaques da entrevista com Marina Silva, presidenciável pela Rede

Candidata à Presidência nas eleições 2018 foi a terceira a participar da série de sabatinas promovidas em parceria entre 'Estado' e FAAP; confira os melhores momentos

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Por Igor Moraes
Atualização:

A candidata Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, participou da terceira entrevista da Estadão-FAAP Sabatinas com os Presidenciáveis na tarde desta terça-feira, 28. A série entrevistará os principais candidatos ao Palácio do Planalto nas eleições 2018.

A candidata Marina Silva participou da terceira entrevista da série de sabatinas promovida por 'Estado' e FAAP com os presidenciáveis das eleições 2018 Foto: Gabriela Bilo/ Estadão

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A presidenciável respondeu perguntas de jornalistas, da plateia e falou sobre suas propostas de governo. Assim como em campanhas anteriores, Marina prometeu “governar com os melhores”, repetiu a possibilidade de um plebiscito para descriminalizar o aborto e disse que prefere ser chamada de “presidente” caso seja eleita.

Confira abaixo os destaques da entrevista com Marina Silva:

Presidencialismo de proposição

Questionada sobre como lidaria com o Congresso Nacional e o presidencialismo de coalizão, a candidata disse que tentará formar um “presidencialismo de proposição”. A proposta de Marina Silva é de que a composição do governo e a maioria no Congresso sejam formadas a partir do programa.

“Nós nos unimos, eu e Eduardo [Jorge], a partir do programa. Não é nem 100% da Rede, nem 100% do PV. É aquilo que foi possível mediar, de forma clara e transparente”, afirmou.

Assim como em campanhas anteriores, Marina repetiu que quer “governar com os melhores”.“Meu problema não é governar, meu problema é ganhar. Se eu ganhar vou governar com os melhores”, afirmou.

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Aborto

Marina Silva repetiu a ideia de propor um plebiscito para descriminalizar o aborto. A presidenciável disse ser contra o método enquanto estratégia contraceptiva e negou que a consulta popular deixaria o Congresso Nacional escanteado.

‘Lava Voto’

Perguntada sobre a necessidade de uma reforma política no País, a candidata Marina Silva defendeu que a primeira mudança deveria vir da sociedade brasileira. Para Marina, os eleitores deveriam votar em candidatos com ficha limpa para o Congresso Nacional.

“O cidadão brasileiro tem agora a oportunidade de substituir mais de 200 investigados por parlamentares que não estejam envolvidos com corrupção. É o que eu chamo de ‘lava voto’”, afirmou.

Fim da reeleição

Sobre a reforma política em si, Marina Silva disse que uma de sua proposta é acabar com a reeleição para a Presidência da República. Ela disse que a ideia é que, a partir de 2022, os mandatos passem a ter duração de 5 anos.

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Além disso, a candidata da Rede Sustentabilidade propôs a adoção do voto distrital misto, a possibilidade de apenas dois mandatos para parlamentares, a criminalização do caixa dois e o fim do foro privilegiado. “Se o presidente Lula está pagando pelos erros que cometeu, por que o Aécio não está? Por que o presidente Temer não está?”, disse a presidenciável.

Lula e Haddad

Marina Silva dobra seu índice nas pesquisas de intenção de voto nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve ser impedido de participar da corrida eleitoral pela Lei da Ficha Limpa. Neste contexto, a candidata foi questionada durante a entrevista sobre seu posicionamento acerca da situação do petista, atualmente condenado e preso pela Lava Jato em Curitiba.

A presidenciável da Rede disse que faz as críticas a todos partidos da mesma forma e que não considera positivo explorar a prisão de Lula com objetivos eleitorais.

A candidata à Presidência da Rede, Marina Silva, durante sabatina no Estadão-Faap Foto: Gabriela Biló/Estadão

“Por que dou mais ênfase aos que estão soltos? Porque se criou dois pesos e duas medidas. O que eu quero é um mesmo peso e uma medida. Erros cometidos pelo PT tem que ser punidos, assim como pelo PSDB, pelo PMDB, pela Rede”, afirmou.

Perguntada também sobre o veto à participação de Fernando Haddad no debate, Marina justificou que se a participação de vices fosse autorizada, enviaria Eduardo Jorge para o evento para não ter de interromper sua agenda de campanha.

Evangélicos

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Evangélica, a candidata Marina Silva foi questionada sobre a perda de apoio entre estes eleitores e negou ter uma estratégia traçada para captar votos com base na religião. “Não faço do palanque um púlpito e nem do púlpito um palanque”, afirmou.

Ajuste fiscal

A presidenciável da Rede Sustentabilidade defendeu a o controle dos gastos e o enxugamento da máquina pública, mas não entrou em detalhes sobre onde seriam realizados os cortes. Marina disse que pretende implementar avaliações de desempenho no setor público, deixar de realizar obras desnecessárias e “acabar com a farra do Refis”.

A candidata disse que pretende preservar os investimentos em Saúde e Segurança Pública.

Reforma trabalhista

Marina Silva propôs a revisão de “pontos inaceitáveis” da reforma trabalhista aprovada no governo Temer. Entre as mudanças levantadas pela candidatas estão a possibilidade de gestantes trabalharem em locais insalubres e o trabalho intermitente.

Proteção ambiental e agronegócio

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Na sabatina, questionada sobre como lidaria com o agronegócio, a candidata Marina Silva propôs a integração do setor com pautas de defesa do meio ambiente.

"Se alguém acha que vai liberar o desmatamento geral da Amazônia porque precisa de votos do ruralismo mais atrasado, não tem nem como nominar. Mas o bom é que existem muitos empresários, muitas pessoas que apostam em ganho de produção por aumento de produtividade. Isso é possível no agronegócio e na economia florestal", disse.

Reforma da Previdência

Marina Silva defendeu a necessidade de uma reforma da previdência e criticou o projeto apresentado pelo governo Temer. A candidata, no entanto, afirmou que ainda não tem uma proposta fechada para esta área.

Marina Silva foi entrevistada por jornalistas e também respondeu perguntas do público na sabatina promovida por parceria entre Estado e FAAP Foto: Gabriela Bilo/ Estadão

Entre os pontos genéricos defendidos pela presidenciável para um futuro projeto estão a transição para um regime de capitalização, o estabelecimento de idade mínima para aposentadoria e a diferença neste quesito para homens e mulheres.

​Armas e drogas

Marina Silva disse ser contra a revisão do Estatuto do Desarmamento e a legalização das drogas. Apesar disso, declarou que respeita as posições de quem defende a descriminalização dos entorpecentes e afirmou que poderia colocar o tema em debate na sociedade por meio de um plebiscito.

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Na área da Segurança Pública, a presidenciável defendeu a criação de um sistema único para integração das ações entre União, Estados e municípios. Ela também sugeriu a formação continuada e valorização dos policiais.

Confronto contra Bolsonaro

A candidata Marina Silva negou que o embate direto contra Jair Bolsonaro no debate da RedeTV! faça parte de uma nova estratégia de sua campanha. “Foi espontâneo, a política é um processo vivo”, disse.

Ao comentar o tema, ela também falou sobre críticas sofridas por ela e afirmou que alguns dos comentários fazem parte de um processo de desqualificação das mulheres. Ela aproveitou o tema para disparar contra a candidatura de Geraldo Alckmin.

"Na política, há uma perversão. Alguém que com partido pequeno, com poucos recursos e pouco tempo de TV, consegue estar disputando com as grandes estruturas que têm meio bilhão para fazer campanhas, quase todo o tempo de TV, e você é considerado inviável? O que é viável? Substituir a população pelo Centrão? Se entregar para mentiras dos marqueteiros ao invés de discutir? Essa viabilidade eu não quero", afirmou.

Presidente ou presidenta?

A candidata Marina Silva disse que gostaria de ser chamada de presidente se for eleita. “Já ouvi muitos especialistas dizendo que é possível (presidenta), mas eu prefiro presidente”, afirmou.

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Assista abaixo a íntegra da entrevista com Marina Silva: