
02 de novembro de 2013 | 02h05
Ex-líder do governo Dilma Rousseff, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) negou ontem ter recebido dinheiro de um empreiteiro suspeito de encabeçar a chamada Máfia do Asfalto. O petista é citado em uma planilha que, segundo investigadores, sugere pagamentos a parlamentares em um esquema envolvendo fraudes em obras de pavimentação. O empreiteiro Olívio Scamatti, preso em abril, é acusado de chefiar o esquema.
"Nunca recebi um tostão do Olívio", afirmou Vaccarezza, cujo nome está vinculado a 16 valores que atingem R$ 355 mil entre janeiro de 2011 e junho de 2012, maior soma da planilha. "Eu nunca na minha vida negociei nenhuma emenda, nem com Olívio, nem com ninguém", reforçou. "Não sou amigo dele. Encontrei com o Olívio umas cinco vezes no máximo."
Vaccarezza afirma que dois assessores que aparecem na investigação como próximos do empreiteiro foram demitidos em 2010 e 2011, por razões administrativas. Diz não saber se o grupo Demop fez a execução de alguma de suas emendas porque destina os recursos para prefeituras, que são as responsáveis pelas obras.
A Máfia do Asfalto foi desmontada pela Operação Fratelli, em abril. O esquema agia na intenção de direcionar licitações de prefeituras para realizar obras de pavimentação e recapeamento asfáltico. Parte dos recursos aplicados decorria das emendas.
Incômodo. A planilha também cita o atual líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), como destinatário de R$ 40 mil pagos em dezembro de 2011, o que incomodou o Palácio do Planalto. A expectativa é de que o deputado dê explicações suficientes para se livrar de qualquer suspeita e possa seguir no cargo.
Por ora, porém, sua resposta é considerada tímida. "Esperamos uma reação dele", disse um assessor palaciano. O Estado procurou Chinaglia ontem, mas não houve resposta. Antes, o deputado classificou a acusação como "vigorosa mentira".
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