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Urnas contrariam pesquisas eleitorais em São Paulo

Por AE
Atualização:

Pesquisa é um retrato do momento. O chavão, repetido à exaustão por candidatos mal colocados em levantamentos de intenção de voto, ganhou força de verdade científica com o resultado da eleição em São Paulo, em que Gilberto Kassab (DEM) ficou à frente de Marta Suplicy (PT). Pesquisa Datafolha fechada na véspera da eleição dava a Marta seis pontos de vantagem. O Ibope apresentava a petista com oito pontos à frente do candidato do DEM. Os dois levantamentos, porém, indicavam uma tendência de crescimento nas intenções de voto em Kassab. E, afirmam os representantes dos dois institutos, essa ascensão continuou até o encerramento da votação. "Candidatos crescem no dia da eleição, não se pode pegar uma pesquisa feita dias antes e comparar com o resultado das urnas, porque sempre haverá alguma diferença", afirma Márcia Cavallari, diretora do Ibope. "Houve movimentação nos números no dia da votação, candidatos perderam e outros ganharam", afirma Mauro Paulino, diretor do Datafolha. Para Mauro Paulino, o que o resultado de São Paulo demonstra a é que os eleitores decidem cada vez mais tarde em quem votarão. "Não vejo como uma questão de apatia. O voto está mais cerebral, mais pensado", observa. Por conta desse comportamento, diz ele, já não é possível fazer prognósticos de eleição no Brasil - ou seja, prever os resultados. A razão maior das pesquisas, explica ele, passa a ser revelar tendências de voto, mas não antecipar exatamente o que sairá das urnas. Márcia concorda com a observação de que a definição de voto é cada vez mais tardia. Mas insiste que, sim, os institutos são capazes de fazer prognósticos eleitorais. "Nós trabalhamos com um intervalo de confiança de 95%, ou seja, de cada 100 pesquisas, 95 têm seus resultados dentro da margem de erro. Há um grau de precisão muito grande no Brasil", argumenta a diretora do Ibope. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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