Um dia depois de apelo de FHC, Alckmin e Kassab se atacam

Os dois procuraram atacar a candidata petista Marta Suplicy, porém não deixaram de trocar farpas na TV

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Por Ana Luísa Westphalen
Atualização:

Um dia depois do puxão de orelha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para que os antigos aliados e hoje adversários ferrenhos Geraldo Alckmin, candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, e o prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), centrassem seus ataques no PT e não entre si, os programas do horário eleitoral gratuito dos dois procuraram atacar a candidata petista Marta Suplicy, porém não deixaram de trocar farpas.   Veja também: 'Deixem se matarem', diz Marta sobre disputa entre adversários Veja a conturbada aliança PSDB e DEM  Especial: Perfil dos candidatos  Blog: propostas dos candidatos de São Paulo na sabatina do 'Grupo Estado' Ibope: Veja números das últimas pesquisas  Alckmin, que abriu o horário eleitoral desta sexta-feira, 26, na TV, citou suas realizações quando esteve à frente do governo do Estado e pediu para o eleitor decidir quem deveria ir para o segundo turno a fim de impedir "que o PT governe novamente a cidade de São Paulo". Apesar de baixar o tom das críticas que vem fazendo ao prefeito, Alckmin alfinetou: "Fui um bom governador na saúde, educação e segurança. Compare com a história do Kassab e decida quem vai para o segundo turno para impedir que o PT governe novamente a nossa cidade". Gilberto Kassab, da coligação "São Paulo no Rumo Certo" (DEM-PR-PMDB-PRP-PV-PSC), também procurou centrar suas críticas em Marta. "Uma pessoa que ficou quatro anos, acha justo agora ela me criticar pelo que eu fiz?" Ele mostrou novamente em seu programa manifestações de apoio de sua legenda em eleições importantes para os tucanos, como as que elegeram o ex-presidente FHC, o falecido governador Mário Covas e até o próprio Alckmin. Mais uma vez, o locutor do programa questionou a razão dos pesados ataques do candidato da coligação "São Paulo, na Melhor Direção" (PSDB-PTB-PHS-PSL-PSDC) e ironizou que a razão deve ser porque Alckmin está perdendo terreno na corrida eleitoral. O programa de Marta atacou a gestão do prefeito Kassab, como por exemplo o programa Mãe Paulistana. A candidata da coligação "Uma Nova Atitude para São Paulo" (PT-PCdoB-PDT-PTN-PRB-PSB) apareceu em conversa com algumas pessoas que faziam críticas a Kassab, mostrando o depoimento de um pai dizendo que o Mãe Paulistana é diferente do que anuncia o prefeito. O eleitor contou que a mulher está grávida há três meses e que seu exame de ultra-som foi marcado para daqui a quatro meses, quando ela estará no sétimo mês de gestação. "E os macacõezinhos não servem nem para pano de pia", interrompeu uma mulher. Marta também responsabilizou a atual gestão pela crise do trânsito e dos transportes. Direito de resposta O PCO teve seu espaço no horário eleitoral de televisão destinado novamente ao direito de resposta de Kassab. O Tribunal Regional Estadual de São Paulo (TRE-SP) concedeu dois minutos ao prefeito, após a candidata do partido, Anaí Caproni, afirmar em sua propaganda que "os sucessivos prefeitos destruíram o transporte público para favorecer os altos lucros da máfia das empresas privadas". De acordo com o TRE-SP, a propaganda atribuiu ao prefeito Kassab prática de conduta ilícita. O candidato do PP à Prefeitura, Paulo Maluf, alertou em seu programa eleitoral, durante um comício: "Não vão entrar em conversa de quem teve seu tempo e não fez". Depoimentos emocionados de apoio de eleitores lembravam verdadeiras declarações de fãs. "No segundo turno com Maluf, Marta não tem vez!", afirmou um eleitor. Os candidatos Levy Fidelix (PRTB), Ciro Moura - Tostão contra o Milhão" (PTC-PTdoB) - e Renato Reichmann (PMN) usaram seus espaços no horário eleitoral para criticar e fazer propostas para a saúde pública. Já a candidata do PPS, Soninha Francine, defendeu uma cultura de paz, enquanto Ivan Valente, da coligação "Alternativa de Esquerda para São Paulo" (PSOL-PSTU), trouxe manifestações de apoio de intelectuais à sua campanha. Edmilson Costa (PCB) se solidarizou com a luta social do presidente boliviano Evo Morales.

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