Tucanos reavaliam palanque duplo em São Paulo e Minas

PSDB teme fortalecer demais a chapa do PSB, que já pressiona Alckmin por garantia de espaço para Campos no Estado

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Foto do author Pedro  Venceslau
Por João Domingos , Pedro Venceslau , Ricardo Chapola , BRASÍLIA e SÃO PAULO
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Pego de surpresa pela aliança entre Marina Silva e Eduardo Campos, o PSDB já pensa em reavaliar a possibilidade de ceder palanques para a chapa do PSB em São Paulo e Minas, como vinha sendo articulado entre o governador de Pernambuco e o senador Aécio Neves (MG), provável candidato ao Planalto. Por sua vez, o PSB paulista quer uma sinalização mais clara de que terá a vice na chapa do governador Geraldo Alckmin (PSDB), abrindo o palanque no Estado para o pernambucano, ou ameaça apoiar outras siglas ou ter candidato próprio.O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), levantou o alerta sobre a costura entre os partidos de Aécio e Campos. "Temos de avaliar essa questão muito bem. Somos governo nos dois Estados, os dois maiores colégios eleitorais do País", afirmou. "Ceder o palanque representa ganho de 100% para eles (PSB e Rede) e zero para nós."A declaração de Sampaio mostra a preocupação do PSDB com a força que a aliança entre Campos e Marina pode ganhar daqui para a frente. Pouco conhecido do eleitor brasileiro, o governador de Pernambuco pode aparecer como o novo na próxima campanha, principalmente com a ex-ministra a seu lado dizendo que dele recebeu abrigo quando não pôde criar a Rede Sustentabilidade e que o presidente nacional do PSB, como ela, sofreu uma espécie de assédio moral e político por parte de "forças obscurantistas ligadas ao governo" que tentaram impedir que ele se tornasse candidato ao Planalto. Além disso, o fortalecimento da chapa coloca o PSB como potencial adversário do PSDB na atração por aliados e, consequentemente, tempo de TV. Os tucanos negociam aliança nacional com PPS, Solidariedade e DEM. "Isso nos torna muito fortes, enquanto a ida de Marina para o PSB não acrescenta nada em termos de tempo na TV", avaliou Sampaio.O PSB sabe disso e também conversa com o PPS, além de PSD, PDT, PP e DEM. Alguns líderes do antigo PFL, como o ex-senador Heráclito Fortes (PI) e o grupo do ex-senador Jorge Bornhausen (SC), migraram para o PSB e o líder do partido na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), é favorável à aliança.Palanque. Em São Paulo, o PSB disputa com outras siglas, como PTB e DEM, a composição da chapa de Alckmin, mas agora a prioridade é garantir palanque para Campos no maior colégio eleitoral do País. Se o tucano resistir a ceder a vice e fechar o espaço para o governador de Pernambuco, o partido avalia apoiar candidaturas adversárias da campanha à reeleição, como a do peemedebista Paulo Skaf (que disputou o Palácio dos Bandeirantes em 2010 pelo PSB) ou a do ex-prefeito Gilberto Kassab, do PSD.Não está descartada a hipótese de uma candidatura própria. As opções são os deputados Márcio França, presidente da legenda no Estado; Walter Feldman, ex-tucano que migrou para a sigla acompanhando Marina; ou Luiza Erundina, primeira prefeita do PT na capital.O deputado Duarte Nogueira, presidente do PSDB paulista, minimiza os riscos do cenário. "A relação do Campos com Alckmin sempre foi boa. Em 2012 eles montaram palanques em Campinas e São José do Rio Preto."

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