Tropas chegam ao Rio amanhã para ajudar nas eleições

Por Alexandre Rodrigues
Atualização:

O Exército e a Marinha põem amanhã nas ruas do Rio cerca de 3 mil 500 militares para garantir a campanha eleitoral em comunidades listadas pela Justiça Eleitoral com supostas ameaças de traficantes e milicianos a eleitores e impedimento à livre circulação de candidatos. Até o dia da eleição, as tropas passarão por 27 comunidades na capital, São Gonçalo e Duque de Caxias, na região metropolitana, e Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. No entanto, os moradores dessas áreas terão apenas três dias para "exercitar" a sua cidadania. O Comando Militar do Leste (CML) confirmou hoje que os militares permanecerão apenas 72 horas em cada uma das favelas. Na manhã desta quinta-feira serão ocupadas pelo Exército as favelas de Cidade de Deus (dominada pelo tráfico de drogas), Gardênia Azul e Rio das Pedras (as duas sob influência de grupos paramilitares de policiais), todas na zona oeste. A Marinha terá fuzileiros navais em quatro favelas do Complexo da Maré. No domingo, as tropas do Exército se transferem para Vila Aliança, Taquaral e Coréia, ainda na zona oeste, que também convivem o tráfico de drogas. "A operação (batizada de Guanabara) é de garantia de direitos dos cidadãos nessas comunidades para que eles possam exercitar seus direitos básicos de ir e vir e receber a propaganda eleitoral dos candidatos e fazerem suas escolhas livremente. Os candidatos que decidirem utilizar essa segurança poderão se valer da nossa presença", afirmou o coronel André Novaes, do CML. Segundo o CML, os soldados poderão atirar se forem atacados e realizar prisões se presenciarem crimes comuns, mas o foco não estará na segurança pública. A Polícia Militar dará suporte e eventuais presos serão entregues à Polícia Civil em delegacias. Haverá também a presença de um juiz eleitoral em cada comunidade para avaliar possíveis crimes eleitorais. Novaes disse que a permanência de apenas três dias em cada favela ocorre por causa das limitações de efetivo. Ele não soube explicar como ficará a segurança dos moradores em relação às supostas ações e coação eleitoral de grupos criminosos no dia seguinte à retirada das tropas federais e nem o patrulhamento no dia da votação.

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