
31 de outubro de 2020 | 21h14
Atualizado 31 de outubro de 2020 | 22h15
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, rebateu neste sábado, 31, durante passeata de campanha em shoppings da zona leste, insinuações feitas pelo adversário Celso Russomanno (Republicanos) de não deverá terminar o mandato caso seja reeleito.
O prefeito trata, desde novembro do ano passado, de um câncer no sistema digestivo. Ele passou por quimioterapia que eliminou dois dos três tumores detectados, e vem combatendo a lesão restante com sessões de imunoterapia, que segundo os médicos têm apresentado resultado positivo.
Nesta semana, durante encontro com empresários do setor de eventos, Russomanno disse que, caso Covas seja reeleito, quem irá governar será seu vice, Ricardo Nunes (MDB), e que Nunes seria “cheio de rolo na vida”. Após a declaração, foi questionado por jornalistas sobre o motivo da fala e respondeu dizendo que não faria novas considerações, porque “porque quem tem que fazer é o médico dele (Covas)”, em uma indicação que se referia ao quadro de saúde do adversário.
“Tristeza, né? Eu tenho tido a maior transparência possível. Acho que não há nenhum espaço para qualquer tipo de suspeita quando a gente trata um problema como este com 100% de transparência”, disse Covas. “Meus médicos estão à disposição de qualquer repórter, da imprensa, de qualquer adversário para poder falar. É uma pena, inclusive quem tem até uma esposa se tratando, fazer esse tipo de suspeita”, complementou.
A mulher de Russomanno também passa por um tratamento de câncer, segundo o candidato do Republicanos informou no último dia 25.
Ao Estadão, a campanha do candidato do Republicanos negou que a fala de Russomanno tivesse relação com a condição de saúde do concorrente. Segundo sua equipe, a fala era uma referência à "tradição tucana" de não cumprir mandatos na Prefeitura até o fim. Russomanno gravou um vídeo falando do assunto:
"O (José) Serra foi eleito e deixou o (Gilberto) Kassab. O (João) Doria foi eleito e deixou o Bruno Covas. Todo mundo sabe que o desejo do Bruno é seguir a carreira do avô (Mario Covas): ser governador de São Paulo. Será que a tradição vai fazer o Ricardo Nunes prefeito? Eu torço pela saúde do Bruno. O que me preocupa é a tradição tucana", diz o candidato, na mensagem.
Nunes, o vice de Covas, tem aliados gerenciando creches da Prefeitura, e ligado também a uma série de prestadores de serviços contratados por essas creches. Conforme revelou o Estadão, um dos fornecedores é sua própria empresa, o que vem trazendo questionamentos de adversários sobre o conflito de interesse nessas relações.
Covas comentou a referência a Russomanno durante passeio em que foi abordado por uma série de eleitores que pediram para tirar foto com ele. Sua campanha pretendia fazer uma passeata por ruas dos bairros Aricanduva, Itaquera e Tatuapé, mas mudou o passeio para dentro de shoppings no bairro por causa da chuva que caiu na cidade na parte da manhã. Covas foi de um shopping a outro usando o Metrô, onde também foi abordado para fotos.
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