Deve-se desligar o vice de suas funções. É uma situação esdrúxula. Não pode haver esse tipo de conflito. O paradoxo já existiria mesmo se estivéssemos falando de pessoas do mesmo partido. Ele fica ainda mais forte pelo fato de se tratar de forças políticas opostas nas esferas federal e estadual.
2. Afif sempre atuou no campo oposto ao do PT. Há incoerência na escolha?
Se na última campanha o PT já não considerou constrangedor fazer aliança com Paulo Maluf, a aproximação com o PSD não causa surpresa. Por mais que Afif tenha atuação histórica no campo das micro e pequenas empresas, não dá para achar que sua indicação se dá apenas nesse contexto. É a velha história de que, no nosso sistema político, o que conta mesmo é o tempo de TV. E o TSE tem responsabilidade nisso, pois fez do PSD um partido atraente, ao dar a ele o tempo de TV dos deputados que o formaram.
3. Quais as consequências eleitorais dessa aproximação?
É mais um sinal amarelo para a oposição. Isso enfraquece o PSDB tanto na eleição para o governo de São Paulo quanto na disputa presidencial. Os tucanos, mal ou bem, não conseguiram atrair o PSD para sua base, e correm o risco de ficar com um tempo de propaganda ainda mais minguado. O cenário ainda é turvo, mas, em eleições para cargos executivos, televisão tem um peso muito grande.