
23 de novembro de 2012 | 02h14
caráter necessariamente laico de sua missão constitucional que lhe é confiada e velar para que suas convicções e crenças mais íntimas não contaminem
a sua atividade.
"Ao falar-se sobre o direito à igualdade, sobre o direito à igual consideração, é preciso ter a honestidade intelectual para reconhecer que há um grande déficit de justiça entre nós.
"Nem todos os brasileiros são tratados com igual consideração quando buscam o serviço público da Justiça.
"O que buscamos é um Judiciário célere, efetivo e justo. De nada valem as edificações suntuosas, os sofisticados sistemas de comunicação e informação, se naquilo que é essencial a Justiça falha.
"Necessitamos com urgência de maior aprimoramento da prestação jurisdicional, principalmente no sentido de tornar efetivo o princípio constitucional da razoável duração do processo.
"É preciso reforçar a independência do juiz, afastá-lo desde o ingresso da carreira das múltiplas e nocivas influências que podem paulatinamente minar-lhe a independência. Essas más influências podem se manifestar tanto a partir da própria hierarquia interna que esse juiz se vê submetido quanto dos laços políticos que ele pode se tornar tributário na natural e humana busca por ascensão funcional e profissional. Nada justifica, a meu
sentir, a pouco edificante busca de apoio para uma singela promoção do juiz do primeiro ao segundo grau de jurisdição. O juiz,
bem como os membros de
outras carreiras importantes
do Estado, deve saber quais são as suas reais perspectivas de progressão e não buscá-las
por meio da aproximação ao
poder político dominante no momento."
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