O ex-governador Márcio França, e candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo pelo PSB, disse nesta sexta, 20, que não declará apoio nem a Guilherme Boulos (PSOL) nem a Bruno Covas (PSDB). Terceiro colocado no primeiro turno, França antagonizou durante sua campanha com Covas, usando antagonismo com o governador João Doria (PSDB). A decisão, contudo, não representa a posição do PSB, ressaltou ao Estadão/Broadcast o coordenador da campanha do ex-governador na capital, Anderson Pomini.
O anúncio de França foi feito no Twitter. "Não faço o que não estou convencido. Nem meus eleitores. Não aceito empurrões. Eleições passam e chegam outras. Estaremos prontos, sempre", publicou o ex-governador na rede social, sinalizando disposição em participar de futuras eleições.
O PSB vinha pressionando França a apoiar a candidatura de Boulos no segundo turno, seguindo a tendência de centro-esquerda do partido e em nome da aliança nacional para 2022 firmada com o PDT, que já endossou publicamente o nome do líder afastado do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e o presidente municipal da legenda, Eliseu Gabriel, foram procurados pelo Estadão/Broadcast, mas não responderam aos contatos da reportagem. Segundo fonte próxima às negociações, o partido está reunido neste momento para bater o martelo sobre o segundo turno em São Paulo.
Horas antes do anúncio, Guilherme Boulos lançou a Frente Democrática Por São Paulo, tentativa de empurrar o adversário, que tem apoio de Celso Russomanno e partidos do Centrão, para o campo do bolsonarismo. Estiveram no ato representantes do PT, PDT, PSB, PC do B, Rede, PCB e UP. Lideranças nacionais como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), a ex-senadora Marina Silva (Rede) e o governador do Maranhão, Flavio Dino (PC do B) já gravaram mensagens de apoio a Boulos e devem ser exibidos no horário eleitoral da TV ainda neste final de semana.