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Temer reforça articulação e busca PRB

Presidente avisa MDB que não será candidato e tenta aglutinar forças em torno de um nome que represente o centro e defenda seu legado

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Por Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA -  O presidente Michel Temer avisou a dirigentes do MDB que não disputará a reeleição e está à procura de um candidato para aglutinar o chamado centro político na campanha. A primeira conversa mais concreta neste sentido ocorreu nesta terça-feira, 8, quando Temer se encontrou com o ex-ministro da Indústria e Comércio Exterior Marcos Pereira, presidente do PRB.

O presidente Michel Temer decidiu que não disputará a reeleição Foto: Felipe Rau/Estadão

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Temer já havia assegurado que não tentará novo mandato ao participar, no último sábado, do lançamento da pré-candidatura do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, ao governo paulista. Desde então, intensificou as articulações em busca de um concorrente.

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Na manhã desta terça-feira, por exemplo, quase ao mesmo tempo em que o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa anunciava a desistência de disputar o Palácio do Planalto, Temer se reunia com o chefe do PRB para tratar do cenário eleitoral.

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O pré-candidato do partido é o empresário Flávio Rocha, dono das lojas Riachuelo. Com perfil liberal e ligado à Igreja Sara Nossa Terra, ele também tem mantido diálogo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o senador Alvaro Dias (PR), do Podemos, ambos presidenciáveis.

Interlocutores de Temer dizem que as conversas com o PRB começaram a avançar. Uma dobradinha entre o MDB e o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin – tendo o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como vice de uma chapa liderada pelo tucano – ainda é vista com ceticismo no Planalto.

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Nos bastidores, dirigentes do MDB lembram que foi o ex-prefeito João Doria (PSDB) quem estimulou essa aliança, na tentativa de tirar de Skaf a candidatura ao Palácio dos Bandeirantes. No arranjo proposto, Skaf concorreria ao Senado na chapa de Doria. O presidente da Fiesp, porém, recusou a oferta. Meirelles, por sua vez, disse a Temer que não quer ser vice, muito menos de Alckmin. Uma ala do PSDB prega a união com o MDB por estar atrás do seu maior dote: o tempo de TV na propaganda política. Até agora, no entanto, Alckmin resiste a defender o que no Planalto se chama de “legado” do presidente. 

EQUIPE

O tucano comandará hoje reunião da Executiva do PSDB, em Brasília, na qual será apresentada sua equipe de campanha. Ex-presidente do Banco Central, Persio Arida coordenará o programa econômico. 

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Em conversas reservadas, emedebistas observam que Alckmin tem tudo para ser o Ulysses Guimarães dessa eleição. Trata-se de uma referência ao ex-presidente do então PMDB que, na disputa de 1989, sem apoio de seu próprio partido, terminou em sétimo lugar, com menos de 5% dos votos. Nas últimas pesquisas de intenção de voto, o tucano aparecia atrás de Barbosa.

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“Engana-se quem pensa que o quadro ficará assim. O Geraldo vai crescer, não temos dúvida disso”, afirmou o deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP).

Rachado, o PSB ainda não decidiu quem apoiará na eleição, embora o governador de São Paulo, Márcio França, defenda o aval a Alckmin. “De qualquer forma, essa eleição é diferente das outras e transferir votos será uma tarefa muito difícil”, comentou Tripoli.

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