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Temer considera 'razoável' a redução de ministérios

Por BRASÍLIA
Atualização:

Em entrevista para o jornal Zero Hora, o vice-presidente Michel Temer fez coro ao seu partido, o PMDB, e disse considerar razoável a redução dos atuais 39 ministérios no governo Dilma Rousseff. A declaração reforçou o clima de confronto explícito entre o partido e a presidente. "É razoável reduzir o número de ministérios, mas essa é uma decisão da presidente", disse Temer, ressaltando que a diminuição de ministros não implica na redução de gastos. "Se você levar a estrutura de um ministério extinto para outro não vai conseguir reduzir nada", completou. Segundo ele, o PMDB não teria problemas em perder cargos no governo. Líder do PMDB na Câmara, o deputado Eduardo Cunha (RJ) tenta emplacar um projeto de emenda constitucional (PEC) que reduz de 39 para 25 o número de ministérios. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) também defende publicamente a ideia. Articulação política. Perguntado sobre a crise na articulação política do governo com a base aliada, Temer disse que "às vezes, talvez, falte entrosamento" entre Congresso Nacional e Palácio do Planalto. O vice-presidente evitou atribuir o problema à falta de habilidade política de Dilma. "A presidente tem o estilo dela, de muita gerência. Conhece o País como ninguém, se dedica enormemente às questões administrativas. E, convenhamos, ela se serve muito da minha presença para fazer esse meio de campo político. Tenho estado muito presente", respondeu. O peemedebista também elogiou a participação do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, nas negociações com a base aliada. "É uma figura competente, Mercadante ajuda, sem dúvida, na articulação", avaliou.Sobre o uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) por autoridades, Temer classificou de "cochilos" os episódios envolvendo os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), respectivamente, além do ministro da Previdência, Garibaldi Alves (PMDB). "Foram cochilos, tanto que as autoridades ressarciram os cofres públicos. Não foi algo deliberado, dizendo: 'eu vou desfrutar dessa maravilha, que é ter um voo da FAB'. Uma autoridade não pode tomar um avião comercial sozinha, sairia muito caro. Toda vez que uma autoridade quer sair sozinha, a segurança se opõe."

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