28 de abril de 2012 | 03h06
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira a ter cópia integral do inquérito que apura a suposta ligação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o contraventor.
Em despacho assinado ontem à tarde, Lewandowski também permitiu que o Conselho de Ética do Senado e a Comissão de Sindicância da Câmara recebam as mesmas cópias. O Conselho instaurou procedimento contra Demóstenes e a Comissão investiga os deputados (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO).
Lewandowski deixou claro que a CPI, o Conselho do Senado e a Comissão da Câmara devem preservar o segredo das informações do inquérito, em especial as interceptações telefônicas.
O ministro lembrou, neste caso, uma lei de 1996 que regulamentou as interceptações telefônicas, pela qual é crime quebrar segredo de Justiça sem autorização judicial. A pena inclui multa e reclusão de dois a quatro anos.
Para autorizar a liberação de cópias do inquérito, Lewandowski baseou-se em decisões anteriores do STF. Além do compartilhamento de dados com órgãos da Câmara e do Senado, Lewandowski decidiu nesta semana abrir três inquéritos - contra os deputados Carlos Leréia, Sandes Júnior e Stepan Nercessian (PPS-RJ), para apurar suspeitas de ligação com Cachoeira.
O ministro autorizou ainda o desmembramento do inquérito aberto contra Demóstenes Torres para separar partes relacionadas ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pretende pedir ao Superior Tribunal de Justiça que abra um inquérito contra ele.
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