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Serra só quer reforçar oposição, dizem aliados

Eles defendem andaças de tucano pelo País e dizem que versão sobre sua tentativa de aproximar PPS do PSB é só 'intriga'

Por Débora Alvares , João Domingos e BRASÍLIA
Atualização:

Aliados mais próximos de José Serra (PSDB) defenderam ontem a movimentação do ex-governador paulista pelo País dizendo que elas fortalecem a oposição, em vez de dividir o PSDB. No partido, o nome preferido para disputar a Presidência em 2014 é o do senador Aécio Neves (MG). A decisão formal sobre quem será o adversário de Dilma Rousseff ocorrerá em março.O Estado mostrou ontem que, além de tentar viabilizar seu nome participando de eventos, Serra também tenta enfraquecer Aécio. Ele tem ajudado, por exemplo, na aproximação entre o PPS de Roberto Freire e o PSB de Eduardo Campos, governador de Pernambuco que deve se lançar ao Planalto.Campos se aliou à ex-ministra Marina Silva no início de outubro e tenta se viabilizar como opção da oposição contra a presidente Dilma Rousseff. Ontem, os aliados mais próximos de Serra repetiram a frase do ex-governador paulista: "isso é intriga". "Se o Serra está dizendo que é intriga, é intriga. Não faria o menor sentido que isso estivesse acontecendo", declarou o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), político ligado historicamente a Serra, mas que hoje integra o campo aecista.Tucanos afirmam também que "há mais fofoca do que fatos" e que as conversas entre os integrantes da oposição - no caso, Serra e Freire - fazem parte da "estratégia de fortalecer o bloco contra o governo".O deputado Jutahy Jr. (BA), da ala serrista, disse que o ex-governador paulista e Aécio decidiram manter um canal direto de comunicação. "Eles sabem que intrigas vão surgir. Então, com o canal direto, evitam que elas possam trazer qualquer prejuízo à relação deles e ao partido."Relação. Apesar das declarações públicas, a relação entre Aécio e Serra sofre desgaste desde a eleição presidencial de 2002, quando o paulista disputou pela primeira vez a Presidência, sendo derrotado pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva. Naquela eleição e na disputa de 2010 - quando Serra foi derrotado pela presidente Dilma Rousseff -, Aécio foi acusado de fazer "corpo mole" e não se empenhar na campanha do correligionário. Atualmente, o senador mineiro conta com o apoio de praticamente toda a legenda tucana para se lançar candidato ao Planalto no ano que vem. Oficialmente, Aécio e Serra acertaram que a escolha do nome tucano será feita somente em março de 2014. Pelo acordo, os dois passariam a intensificar os ataques ao governo e ao PT.Para o deputado federal Marcus Pestana (MG), um dos principais aliados de Aécio, existe hoje uma tentativa de intrigar o senador mineiro e o ex-governador de São Paulo. "Há fofoca e jogada política em tudo o que falam por aí."Segundo Pestana, Serra passou por um longo período de reflexão e decidiu permanecer no PSDB. "Na hora certa, ele saberá o caminho que terá no partido. Isso (quando se fala que Serra faz movimentações fora do acordo feito com o senador), com certeza, é parte do jogo para desestabilizar a convivência dele com Aécio", afirmou o deputado, que preside o PSDB mineiro.Respostas. Conforme os tucanos, a estratégia de reforçar a oposição tem surtido efeito, pois em várias frentes tanto Dilma quanto Lula foram obrigados a responder às críticas dos opositores - a exemplo dos ataques à condução da política econômica no atual governo.

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