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Serra diz que eleição é 'fundamental para o Brasil'; rivais criticam prefeito

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Por Redação
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Quase todos os candidatos a prefeito de São Paulo começaram ontem a campanha oficial em atos políticos no centro. Enquanto o tucano José Serra, defensor da gestão Gilberto Kassab (PSD), ressaltou a importância da sucessão paulistana para o País, os adversários apontaram problemas e criticaram a administração.Líder nas pesquisas de intenção de voto, Serra voltou a dar dimensões nacionais à disputa local e enfatizou o enfrentamento com o PT e o governo federal: "Vamos ter em mente que o que acontece em São Paulo é fundamental para o que acontece no Brasil", disse.O tucano quis responder a afirmações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a eleição em São Paulo está "polarizada e nacionalizada" e de que o PT precisa derrotar os tucanos. "O que está em jogo aqui é o futuro de uma administração, mas também o futuro do sistema democrático, que respeita as oposições, que não malversa dinheiro público, que respeita a liberdade de imprensa", afirmou Serra. O candidato de Lula, Fernando Haddad, reuniu 5 mil pessoas - segundo a Polícia Militar e o PT - na Praça do Patriarca e fez caminhada tumultuada até a Sé. Do alto de um trio elétrico, Haddad criticou Serra, que optou por fazer um lançamento fechado no Edifício Joelma. "Não temos medo do povo e não vamos sair das ruas (na campanha)", alfinetou.Avaliação. Um dia depois de autoavaliar como perfeita a sua própria gestão (dando-se nota 10 pelo esforço e dedicação da equipe), Kassab virou alvo dos candidatos. Haddad disse que a nota correta seria 3,6, porque o prefeito cumpriu 36% (81) das 223 metas assumidas no segundo mandato, em 2009.Gabriel Chalita (PMDB) disse que Kassab faz piada com o que deveria ser levado a sério, porque foi ele mesmo quem propôs o plano de metas da gestão. "Isso é brincar com a população, é fazer com que a política seja uma chacota, da mesma forma que ele deu 10 para a implosão que ele não implodiu", disse, lembrando da implosão malsucedida de um edifício em 2011. Chalita optou por ir à periferia da zona sul. Em reduto do PT e do vereador Milton Leite (DEM), que foi do PMDB, ele subiu o morro da Chácara Bananal, onde passou por um pequeno lixão ao lado de casas numa encosta em área de risco. "Há algum tempo essas cidades periféricas e invisíveis estão abandonadas pelo poder público", disse Chalita. Ligado à corrente da renovação carismática católica, ele rezou agachado o pai-nosso - em coro com um grupo de crianças. Celso Russomanno (PRB) resolveu andar de metrô e debater nas ruas os problemas do transporte público na capital. "Se a gente não oferecer transporte de qualidade, ninguém vai deixar o carro em casa", pregou. Russomanno encontrou no Pátio do Colégio a candidata do PPS, Soninha Francine. Ele desejou boa sorte à adversária, que respondeu com ironia: "Boa sorte, mas não muito, né, candidato?".Paulinho da Força (PDT) entrou na discussão da Educação com críticas ao mecanismo da progressão continuada - aprovação automática de alunos que não conseguiram nota mínima na rede pública. Ele caminhou pelo Brás por cerca de 1h30 com sindicalistas.O candidato do PSOL, Carlos Giannazi, deu uma aula pública na Praça do Ciclista. Ele discursou contra o financiamento de campanhas por empreiteiras, que, segundo ele, coloca as políticas urbanísticas a serviço dos interesses do mercado imobiliário. Giannazi disparou contra adversários que se apresentam como "novidade". "É novo só na cara e na faixa etária", disse Giannazi. "O Haddad é o velho com Maluf. O Chalita está com Michel Temer, Fleury Filho. O PMDB é o que existe de mais atrasado e todos tentam imitar, como o PSD, PSB e PDT." / BRUNO BOGHOSSIAN, BRUNO LUPION, DAIENE CARDOSO, DÉBORA ÁLVARES, FELIPE FRAZÃO, GUILHERME WALTENBERG e ISADORA PERON

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