Sérgio Reis vai para a Câmara com ajuda de Russomanno

Cantor, que concorreu pelo PRB, diz que quer ajudar o povo e combater a corrupção, mas manterá seus shows

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Por José Orenstein
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Sergio Reis diz estar pronto para ir para Brasília: “É uma nova aventura, né? Um desafio”. O cantor sertanejo, de 74 anos, estreia no Congresso no ano que vem graças à altíssima votação de seu correligionário de PRB Celso Russomanno. O xerife do consumidor obteve 1.524.361 votos e puxou para a Câmara dos Deputados mais três candidatos, além de Reis e seus 45.330 votos, que não seriam suficientes para atingir o quociente e elegê-lo sozinho. Políticos mais votados, como o experimentado Roberto Freire, presidente do PPS, que obteve 62.823 votos, ficaram de fora.“Não sou político de carreira, sou político para ajudar o povo”, diz o cantor, justificando a entrada tardia na política. A falta de traquejo parlamentar não assusta o novato, nem a possibilidade de se ver manipulado por políticos mais experientes. “Eles que se preparem para mim. Não tem essa de mais velho, mais experiente. Ou é safado ou é honesto”, diz Reis. E emenda, um tom mais alto: “Se vier com conversa fiada comigo, leva na cara!”.

"Eles que se preparem para mim", diz Reis Foto: William Volcov/Brazil Photo Press

Entre as bandeiras que Reis diz querer levantar no Congresso estão a do endurecimento das leis e a moralização da política. É a favor, por exemplo, da redução da maioridade penal. “Temos de imitar o que é bom nos Estados Unidos. Se o menor cometeu crime, tem de ir preso. Mas aí vem o tal ‘direitos humanos”, diz ele. “Acabei de ver no Datena um rapaz morto com tiro, na frente de casa. Pergunta se o cara dos direitos humanos foi falar com a mãe dele? Claro que não.” Outro tema que mobiliza o deputado eleito é a melhoria da saúde. O Hospital do Câncer de Barretos tem um pavilhão com o seu nome, ao lado de pavilhões com os nomes de Zezé Di Camargo & Luciano, Leandro & Leonardo, e outros famosos. Reis, que já superou um câncer, costuma fazer shows beneficentes para arrecadar fundos para o hospital. “A saúde está um caos. Rodo o País há 55 anos, falta remédio, equipamento, estrutura. É uma vergonha. Fico irritado, nervoso mesmo, só de falar nisso.” O cantor diz ter boas relações com diversos políticos: “São todos meus amigos. O Serra, o Alckmin, o Lula, que vai nos meus shows”. No segundo turno, seu voto vai para outro amigo, Aécio Neves (PSDB). “Ele tem defeitos, é claro. Mas nasceu para a política, é muito experiente.” O PRB, partido de Reis, é da base aliada de Dilma Rousseff (PT). A nova rotina, na Câmara, não deve afetar a carreira artística de Reis. “Trabalho terça, quarta e quinta para o povo e faço shows sexta, sábado e domingo para pagar minhas contas. É bom porque Brasília tem voo para todo o canto do País.”

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