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Sem-terra deflagram 'abril vermelho' em nove Estados

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Por Redação
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O Movimento dos Sem-Terra promete fechar estradas hoje para cobrar da presidente Dilma Rousseff um plano emergencial de assentamentos para 150 mil famílias. O MST afirma que está organizado em cerca de 1.800 cidades. Desde o início do mês integrantes do movimento invadem terras e fazem protestos em nove Estados. A jornada conhecida como "abril vermelho" lembra os 21 sem-terra mortos em confronto com a PM paraense em Eldorado dos Carajás em 1996. De acordo com Rosana Fernandes, da coordenação nacional do MST, a reforma agrária não avançou no governo Dilma. "Queremos com a jornada colocar a reforma agrária em pauta e pressionar o governo para fazer a desapropriação de terras."Conforme números do movimento, há 523 processos judiciais envolvendo a reforma agrária no Brasil, dos quais 234 estão parados na Justiça Federal.Em Porto Alegre, militantes do MST tomaram os estacionamentos e bloquearam os acessos dos prédios do Incra e da Receita Federal, impedindo a entrada de servidores e usuários. Os grupos armaram barracas e montaram acampamento no local. No Ceará, cerca de mil sem-terra ocuparam o canal construído pelo governo estadual para dar suporte à transposição das águas do Rio São Francisco. Os militantes queimaram pneus e fecharam por uma hora e meia a BR-116, em Pacajus, região metropolitana de Fortaleza. Grupos bloquearam um trecho da BR-627 no distrito de Casa Verde, em Nova Andradina, no leste de Mato Grosso do Sul. Em Salvador, cinco mil integrantes do MST permanecem acampados desde a quinta-feira diante da sede do Incra. Em São Paulo, cerca de 300 militantes bloquearam duas estradas vicinais em Paraguaçu Paulista no final da tarde desta terça-feira.Ação. O Ministério Público Federal pediu à Justiça a indisponibilidade dos bens do ex-superintendente regional do Incra em São Paulo Raimundo Pires Silva e do ex-superintendente regional substituto, Guilherme Cyrino Carvalho. Eles são acusados de irregularidades na compra de uma fazenda em Cajamar. Eles já negaram as irregularidades. / JOSÉ MARIA TOMAZELA, ELDER OGLIARI, TIAGO DÉCIMO, LAURIBERTO BRAGA e JOÃO NAVES DE OLIVEIRA

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