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Sabatina Estadão: Maluf quer punição a 'abusos' do MP

Por ANNE WARTH E ELIZABETH LOPES
Atualização:

O candidato à Prefeitura de São Paulo, Paulo Maluf (PP), defendeu hoje, durante sabatina do Grupo Estado, o projeto que apresentou à Câmara dos Deputados que pune abusos de promotores do Ministério Público que apresentem denúncias que sejam avaliadas como atos de má-fé, promoção pessoal ou perseguição. O projeto ainda precisa ser votado no Plenário, mas já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Maluf negou que tenha legislado em causa própria. "Ao contrário, eu mato a cobra e mostro o pau", sustentou, provocando risos da platéia. "O projeto de lei não é meu hoje, foi aprovado por 30 votos a 11 na CCJ", acrescentou. Ao falar sobre o assunto, Maluf lembrou diversos crimes envolvendo promotores de Justiça do Ministério Público que não foram presos ou punidos. "Não tenho medo de falar", disse. E continuou: "Apresentei o projeto de lei, foi aprovado na CCJ e vou lutar para que seja aprovado no Plenário", sustentou. "Cada vez que forem processar alguém, vão pensar duas vezes antes de aparecer na TV", ironizou. Em seguida, Maluf disse ser contra o foro privilegiado para ocupantes de cargos públicos, a não ser para presidente e vice-presidente. Apesar disso, ao ser questionado sobre a transferência de processos judiciais contra si da Vara Federal para o Supremo Tribunal Federal (STF), disse que essa transferência não ocorreu a seu pedido. "Não pedi, é da Constituição. Qualquer um que se eleja deputado, senador, etc, passa a ter foro privilegiado", afirmou. Maluf disse que nenhum dos processos judiciais que enfrentou foram justos. "Porque fui absolvido em todos", defendeu. "Tenho 41 anos de vida pública. Vocês tem que aprender que quem julga não é a imprensa ou o Ministério Público, é a Justiça, e em todos eles fui inocentado", acrescentou. O candidato citou o caso dos fuscas dados de presente aos jogadores de futebol que venceram a Copa do Mundo de 1970, com recursos da Prefeitura. "Depois de 36 anos, vejam vocês a injustiça, o STF disse que eu dei baseado em lei e, portanto, era legal", frisou. Depois, relembrou o caso da suposta filha que teria tido fora do casamento - exames comprovaram que Maluf não era o pai. "Tive que me humilhar, e a filha não era minha", disse. "Eu não vi a menina, dizem que era loira. Seria a primeira vez que um árabe fazia uma (filha) loira", brincou. Lista suja Questionado sobre a lista divulgada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a chamada lista suja, na qual consta como um dos candidatos com maior número de processos, Maluf voltou a dizer que nunca foi condenado e argumentou: "Juiz só pode dar entrevista nos autos, eles não estão exercendo o papel de magistrado, pois devem falar apenas nos autos e nas provas". Indagado se pretende recorrer à Justiça para sair dessa lista, rebateu: "Sou inocente." E alfinetou que os juízes não deveriam ficar aparecendo tanto na TV, dando entrevistas. Embora tenha reclamado dos processos contra si, o ex-prefeito disse que isso faz parte da vida pública e que o tempo corrige as injustiças. "Quantas (injustiças) não fizeram com Juscelino (Kubitschek), com Getúlio (Vargas)", comparou. Em seguida, ironizou mais uma vez a ex-prefeita Marta Suplicy, que, segundo ele, enfrenta oito processos, mais do que ele, que possui sete processos. "Isso até deixou a Marta muito brava", alfinetou.

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