Sabatina Estadão: Alckmin critica planejamento urbano

PUBLICIDADE

Por ANNE WARTH E ELIZABETH LOPES
Atualização:

O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou hoje que um dos maiores problemas que a cidade enfrenta é a ausência de planejamento urbano. "Não há compatibilidade entre moradia e trabalho, moradia e estudo, moradia e lazer", destacou, durante sabatina promovida pelo Grupo Estado. Citando dados da Fundação Seade, ele disse que a região que mais cresceu em termos populacionais na cidade foi Anhangüera, ao lado do Pico do Jaraguá, na zona norte. Já a que mais perdeu população foi o Pari, ao lado do centro, "do emprego e da infra-estrutura". "Temos que analisar e mudar o Plano Diretor", disse. "Precisamos adensar, trazer pessoas para o centro. Aliás, se eu for eleito, vou mudar para o centro", prometeu. O candidato falou que é preciso que as pessoas voltem a morar no centro para que ele possa ser recuperado. Na avaliação dele, isso ajudaria também a diminuir os problemas de trânsito e transporte na cidade. "O centro de São Paulo é um espetáculo. Estão todos convidados a morar no centro", disse ele. Diante das perguntas da platéia e da bancada de entrevistadores sobre onde exatamente iria morar, Alckmin recuou. "Preciso convencer minha mulher, mas já estou vendo", afirmou, em referência a Lu Alckmin, sob risos da platéia. Alckmin lembrou que durante sua gestão como governador transferiu secretarias e empresas estaduais para edifícios no centro da cidade. "Levamos 2,4 mil funcionários para o centro de São Paulo", citou. "Fiquei muito feliz quando o governador José Serra me disse que está estudando levar o gabinete do governador para o Palácio dos Campos Elísios." O candidato admitiu que apesar dessas ações, o centro continua deserto à noite e afirmou que é preciso trazer universidades e empresas para o local por meio de incentivos fiscais para que haja vida noturna e mais segurança ao local. Além disso, reconheceu que é preciso reforçar a segurança por meio de câmaras de vídeo e presença de policiais e guardas, bem como ações de recuperação da Prefeitura. Alckmin destacou que a vida cultural é muito forte no centro. "Temos a Pinacoteca, Museu da Língua Portuguesa, Sala São Paulo, mas as pessoas não moram lá e de noite fica deserto", afirmou. "Podemos fazer Broadway paulistana, garagens subterrâneas, com apoio da iniciativa privada e da sociedade civil, que é muito bem organizada." Fofoca Questionado sobre o corte de 54% no orçamento do programa Escola da Família, feito pelo governador José Serra, Alckmin, que implantou o programa em sua gestão como governador, evitou entrar em polêmica e afirmou que pretende criar o programa em nível municipal. "O programa Escola da Família foi premiado pela Unicef e continua. Inclusive está sendo copiado em muitos Estados", declarou. Diante da insistência da bancada de entrevistadores a respeito da polêmica, respondeu: "O enfoque de alguns setores da imprensa é a fofoca da corte. Isso não interessa à população", concluiu. Questionado a respeito das primeiras medidas que pretende adotar caso seja eleito, Alckmin respondeu: "Não acredito nessa história de dar um tiro e matar um tigre". Mas assumiu como compromisso investir na educação infantil. "O compromisso de honra é criança na escola. Vou trabalhar desde o primeiro dia para que todas as crianças de cinco anos estejam na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei)", afirmou. Alckmin reconheceu que não é possível colocar todas as crianças em creches, mas disse que fará o máximo que puder nesse sentido. "Vamos nos empenhar no Ensino Infantil, de zero a 6 anos. Se a Prefeitura não fizer, ninguém vai fazer", declarou. "Governar é escolher, e não haverá falta de recurso para isso", finalizou, ao encerrar a sabatina. As sabatinas do Grupo Estado têm transmissão ao vivo pela TV Estadão. Ontem, a série com os candidatos à Prefeitura de São Paulo foi aberta com a petista Marta Suplicy. Pela ordem, virão em seguida o prefeito Gilberto Kassab (DEM) amanhã, Paulo Maluf (PP) na quinta, Soninha Francine (PPS) na sexta e Ivan Valente (PSOL), que fechará o ciclo na próxima segunda-feira.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.