Russomanno tem 24% e Bruno Covas 18% para prefeito de SP, diz Ibope

Pesquisa, em parceria com o ‘Estado’ e a Associação Comercial de São Paulo, mostra deputado e prefeito na frente; perfil ‘outsider’ da política continua em alta

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Por Daniel Bramatti
Atualização:

A pouco mais de meio ano da eleição municipal, Celso Russomanno (Republicanos) e Bruno Covas (PSDB) aparecem nas primeiras colocações na disputa pela Prefeitura de São Paulo, segundo pesquisa Ibope encomendada pela Associação Comercial de São Paulo. O levantamento exclusivo é uma parceria do Estado com a associação e o Ibope. A lista de nomes apresentados aos eleitores, porém, não é definitiva, já que as candidaturas só serão decididas nos próximos meses.

Russomanno, Covas, França, Boulos, Matarazzo, Arthur do Val, Tatto, Joice e Sabará; lista ainda não é definitiva Foto: Montagem

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Russomanno, que é deputado federal, tem 24% das intenções de voto, e Covas, atual prefeito da cidade e candidato à reeleição, 18%. Como a margem de erro da pesquisa é de 3 pontos porcentuais, existe uma pequena probabilidade de que ambos tenham 21%. É o chamado empate técnico no limite da margem de erro.

No pelotão seguinte aparecem Márcio França (PSB), ex-governador e candidato ao Palácio Bandeirantes em 2018, e Guilherme Boulos (PSOL), com 9% e 6%, respectivamente. A seguir estão Andrea Matarazzo (PSD) e Arthur do Val (Patriota), ambos com 3%, e Jilmar Tatto (PT) e Joice Hasselmann (PSL), com 2%. Os que afirmam pretender votar nulo ou em branco são 27%.

O Ibope apresentou aos entrevistados uma lista com o nome mais provável de cada partido propenso a lançar a candidato, com base no noticiário recente. Mas os nomes podem mudar, outros partidos podem entrar na corrida eleitoral e alguns podem sair, preferindo se coligar com outras forças. Ou seja, é possível que o cenário se altere muito no futuro próximo.

O instituto também perguntou aos entrevistados em quem não votariam de jeito nenhum. Nesse caso, o atual prefeito é o mais citado. Cerca de um em cada três paulistanos (35%) rejeitam a hipótese de votar em Bruno Covas. Outros 29% descartam a possibilidade de escolher Russomanno. A seguir vêm Boulos (22%), Joice (21%) e França (18%). Nesta pergunta, os entrevistados puderam citar mais de um nome.

Rejeição aos políticos tradicionais 

A tendência de rejeição aos políticos tradicionais, uma tônica das campanhas eleitorais dos últimos anos, segue em alta atualmente. Nada menos que 44% dos entrevistados na pesquisa afirma querer que o próximo prefeito seja “alguém de fora da política”.

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Em tese, esse é um fator que pode beneficiar Celso Russomanno, que tem notoriedade por ser apresentador de televisão e cultiva a imagem de “não-político”. Mas é cedo para declarar o favoritismo de um “outsider” para o comando da maior prefeitura do País.

“Neste momento, ainda distante da eleição, o desejo dos paulistanos é que o próximo gestor seja de fora da política, mas isso pode mudar ao longo da campanha”, advertiu Marcia Cavallari, diretora executiva do Ibope Inteligência.

O eleitorado de Russomanno é mais feminino que masculino. Entre as mulheres, ele tem 27% das preferências, contra 21% entre os homens. 

Russomanno tem mais apoio entre os mais pobres

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Na divisão do eleitorado por renda, Russomanno tem mais apoio entre os mais pobres. Na faixa dos que ganham até um salário mínimo, 34% o citam como preferido. Já no outro extremo, entre os que têm renda familiar superior a cinco salários mínimos, a taxa cai para 11%.

Uma das perguntas da pesquisa Ibope permite detectar se os eleitores recebem mais informações positivas ou negativas sobre cada candidato. No caso de Russomanno, 52% dos entrevistados disseram ouvir mais coisas positivas, e 33%, mais negativas. Nesse quesito, Bruno Covas teve resultado mais desfavorável: apenas 34% disseram ouvir mais coisas positivas, e 45%, negativas.

Diferentemente de Russomanno, o atual prefeito tem eleitorado mais concentrado nas faixas mais ricas, e tem mais apoio entre os homens. Entre os que têm renda familiar superior a cinco salários mínimos, Covas é o preferido de 27%, ficando 16 pontos porcentuais à frente do principal adversário. Tem ainda 20% das intenções de voto no eleitorado masculino, e 16% no feminino.

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O Ibope ouviu 1.001 eleitores de 16 anos ou mais entre os dias 17 e 19 de março. O nível de confiança utilizado é de 95% – ou seja, há 95% de chances de os resultados ficarem dentro da margem de erro, que é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.

Para lembrar: Em 2012, Russomanno líderou até a véspera 

Na campanha eleitoral de 2012 pela Prefeitura de São Paulo, Russomanno – que tem notoriedade por ser apresentador de televisão e cultiva a imagem de “não-político” – saiu na frente nas primeiras pesquisas eleitorais e liderou até as vésperas do primeiro turno, quando foi ultrapassado Fernando Haddad, do PT.

Haddad derrotou José Serra (PSDB) no segundo turno daquela disputa e governou até 2016, quando tentou, mas não se reelegeu. Estreante na política, João Doria (PSDB) se elegeu no primeiro turno na última disputa eleitoral na capital paulista. Ele tinha como vice o atual prefeito Bruno Covas.