Resumo das Eleições 2018: Bolsonaro abre 18 pontos de vantagem sobre Haddad no Ibope

Candidato do PSL aparece com 59% dos válidos contra 41% do petista; Wagner defende possibilidade do PT abrir mão de candidatura em 2022 e Haddad acena para FHC; veja destaques desta segunda-feira

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Por Mílibi Arruda
Atualização:

De segunda a sexta, o Estado publicará resumos com as principais notícias sobre as campanhas e o dia dos candidatos nas eleições 2018.

Confira abaixo os destaques desta segunda-feira, 15:

Pesquisa Ibope: Bolsonaro 59% X 41% Haddad

Jair Bolsonaro (PSL) eFernando Haddad (PT) disputam segundo turno da eleição presidencial Foto: Adriano Machado e Rodolfo Buhrer/Reuters

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Jair Bolsonaro (PSL) tem 59% das intenções de voto contra 41% de Fernando Haddad (PT), segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada nesta segunda-feira, 15. O levantamento, disponibilizado a menos de duas semanas para o segundo turno da eleição presidencial, não considera votos nulos e brancos. 

Bolsonaro também é o presidenciável que tem mais simpatizantes convictos: 41% votariam nele com certeza, e 35% não votariam de jeito nenhum. Haddad é o que tem a maior rejeição: 47% não o escolheriam em nenhuma hipótese, e 28% tem certeza da escolha.

Bolsonaro visita o Bope

Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência, durante visita ao BOPE Foto: Twitter

Jair Bolsonaro, candidato a presidente do PSL, visitou a sede o Batalhão de Operações Especiais (Bope), na zona sul do Rio de Janeiro na manhã desta segunda-feira, 15. Após um discurso breve, o candidato tirou selfies com os homens do batalhão e encerrou sua fala com o tradicional grito de "caveira" do Bope. 

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Bolsonaro ainda brincou com um coronel que foi cumprimentá-lo. "Tô dando continência pro coronel, mas quem vai mandar no Brasil serão os capitães", afirmou, fazendo referência a sua patente como militar.

"Eu não iria debater com Lula"

O candidato à Presidência Jair Bolsonaro Foto: FABIO MOTTA / ESTADÃO

Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência da República, afirmou neste domingo, 14, que o mais certo seria que os debates de segundo turno fossem entre ele e o ex-presidente Luiz Inácio lula da Silva (PT), no lugar do candidato Fernando Haddad. Mesmo assim, acrescentou que "não iria debater com Lula de jeito nenhum".

TSE nega suspensão de propaganda de Bolsonaro

Prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília Foto: Dida Sampaio/Estadão

O ministro Luís Felipe Salomão, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu negar dois pedidos da coligação de Fernando Haddad (PT) para suspender inserções televisivas do candidato  Jair Bolsonaro. As peças publicitárias afirmam que o petista quer "desarmar a população" e o associam ao ex-ministro José Dirceu e ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Para a coligação de Haddad, a propaganda procura atingir sua honra e marcar de forma negativa o projeto de governo e a trajetória do PT.

'Kit' gay no TSE

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O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad Foto: Dida Sampaio/Estadão

Fernando Haddad entrou no TSE com pedido de direito de resposta contra Jair Bolsonaro em torno da divulgação do suposto 'kit gay'. Segundo a campanha do petista, afirmações feitas pelo oponente na disputa presidencial seriam falsas. A defesa ainda pede que o TSE determine a retirada de postagens que teriam mensagens inverídicas no Facebook, Twitter e YouTube.

Os advogados do PT afirmam que, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, no dia 28 de agosto, Bolsonaro mentiu e difundiu a falsa ideia de que o livro "Aparelho Sexual e Cia" seria distribuído em escolas públicas. Segundo a defesa de Haddad, o livro "não fez parte de qualquer kit escolar".

Haddad responsabiliza Bolsonaro por fake news

Haddad em ato de campanha durante o segundo turno Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Fernando Haddad criticou seu oponente à Presidência, Jair Bolsonaro, em agenda em São Paulo no último domingo, 14. "Qual o limite da loucura do meu adversário?", questionou Haddad, em entrevista coletiva. "Circulam na internet, por impulso do meu adversário, mentiras sobre mim. Segundo Bolsonaro, esse relógio (que Haddad usava na hora) vale R$ 400 mil. Não tenho carro no meu nome e virei proprietário de uma Ferrari".

O petista também refutou a afirmação de que ele seria favorável ao incesto. O tema ganhou repercussão nas redes sociais e Carlos Bolsonaro, filho do candidato do PSL, chegou a compartilhar mensagens nas redes com a falsa afirmação contra Haddad.

Os possíveis ministros de Haddad

Mario Sérgio Cortella, sugerido por Haddad para o Ministério da Educação Foto: Ricardo Chicarelli/Estadão

Fernando Haddad sugeriu o nome do filósofo Mario Sergio Cortella para o Ministério da Educação, em post na sua conta oficial do Twitter.  Cortella não é o primeiro aliado cotado por Haddad para um eventual ministério. Josué Gomes, filho do  ex-vice-presidente José Alencar, e Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF, foram nomes sugeridos em outras ocasiões.

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Presidente do PDT nega aproximação com Haddad

Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, diz que não fará campanha para Haddad Foto: PABLO VALADARES/AE

O presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, afirmou que o partido não vai se empenhar na campanha de Fernando Haddad, nesta segunda-feira, 15.  "Nós já declaramos que estamos contra o fascismo. É clara a nossa posição. Agora, nós não vamos fazer campanha, discutir plano de governo", afirmou Lupi ao Estadão/Broadcast. O político acrescentou que já começa a preparar a candidatura de Ciro Gomes para o Planalto em 2022.

Haddad faz aceno a FHC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou, em entrevista ao 'Estado', que há "porta" para diálogo com o candidato Fernando Haddad Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

O candidato do PT ao Planalto fez um aceno ao tucano Fernando Henrique Cardoso após a afirmação do ex-presidente de que há uma "porta" para o diálogo dos dois. A declaração do tucano foi feita em entrevista ao Estado no último domingo, 14. "Existe um muro que separa FHC de Bolsonaro. De mim, é uma porta", disse Haddad, em referência à entrevista. 

'Mea culpa' de gestão petista

Fernando Haddad, candidado do PT à Presidência,fala que o partido precisa rever seus erros Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr.

Fernando Haddad esboçou um "mea culpa" sobre as gestões do PT ao afirmar que a legenda deve reconhecer seus erros para convencer o povo brasileiro de que fará um governo diferente.  "O nosso problema é esse. Temos de recuperar o projeto que deu certo. Corrigindo o que esteve de errado, assumindo e corrigindo o que esteve de errado", disse o presidenciável durante entrevista à Rádio Capital, de São Paulo. 

'Pode até ter raiva'

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Jaques Wagner, senador petista eleito pela Bahia, fala em ampliar base de apoio a Haddad Foto: DIDA SAMPAIO/AE

Articulador político da campanha de Fernando Haddad à Presidência, o senador Jaques Wagner disse acreditar que os apoios à candidatura do PT nas eleições 2018 virão de "baixo", e não necessariamente de alianças partidárias. Além disso, Wagner defendeu que o partido esteja disposto, inclusive, a abrir mão de uma candidatura em 2022, em prol de uma aliança mais ampla nesta disputa contra o rival Jair Bolsonaro. "Não precisa ser apaixonado pelo PT, pode até ter raiva do PT", reforçou o baiano, em reunião com Haddad e integrantes da campanha.

Nova bibliografia para escolas

General Alessio Ribeiro Souto, que está à frente das propostas para o Ministério da Educação num eventual governo Bolsonaro Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

À frente do grupo que elabora propostas para o Ministério de Educação de um eventual governo de Jair Bolsonaro, o general Aléssio Ribeiro Souto diz que “é muito forte a ideia” de se fazer ampla revisão dos currículos e das bibliografias usadas nas escolas.  De acordo com Souto, a correção evitaria a exposição de crianças a ideologias e conteúdo impróprio. Em entrevista ao 'Estado', ele defendeu que professores exponham a "verdade" sobre o "regime de 1964", narrando, por exemplo, mortes "dos dois lados". 

‘Bolhas’ não se conversam no segundo turno

Segundo turno aumenta efeito 'bolha': não há diálogo entre eleitores dos candidatos do PT ePSL Foto: Fábio Motta/ Estadão

O segundo turno da eleição 2018 para presidente evidenciou a existência de dois grupos que não se tocam, que não conseguem se ouvir nem dialogar entre si. De um lado, eleitores e simpatizantes de Jair Bolsonaro; do outro, de Fernando Haddad.  Fechados no conforto de suas redes sociais, em grupos de WhatsApp que só reverberam informações que confirmam suas próprias, eleitores dos candidatos do PT e do PSL parecem falar sozinhos ou de frente para os próprios espelhos.