PUBLICIDADE

Relatório deve denunciar aumento de violência no País

Situação da imprensa no Brasil, a ser apresentada hoje na SIP, falará de mortes, agressões e de medidas judiciais

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O relatório sobre a situação da liberdade de imprensa no Brasil, a ser apresentado hoje nas sessões da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, deverá destacar, na mesma linha de textos recentes da Associação Nacional de Jornais, o aumento da violência contra jornalistas no País e listar, um por um, os episódios de mortes de profissionais e de agressões ocorridas nos últimos seis meses - desde o encontro da entidade em abril em Cádiz, na Espanha. A Comissão começa a reunião às 9 horas, com apresentações do presidente da SIP, Milton Coleman, e de Júlio Mesquita Neto, do Grupo Estado, presidente do Comitê Anfitrião. O texto sobre o Brasil, a ser lido pela ex-presidente da ANJ, Judith Britto, deverá denunciar, também, a frequência com que a Justiça de primeira instância tem proibido a divulgação de informações, em jornais, rádio e sites de internet. Um desses casos foi a exigência da Justiça para que fosse tirada do ar uma nota do blog do jornalista João Bosco Rabello, diretor da Sucursal do Estado em Brasília. A notícia, sobre um candidato a prefeito em Macapá (AP), acabou liberada pelo juiz Adão Gomes de Carvalho. O relatório brasileiro deve registrar pelo menos as mortes de Décio Sá, que levou seis tiros em São Luís do Maranhão, em 22 de abril, e de Valério Luiz, apresentador de rádio em Goiânia, também morto com seis tiros no último dia 5. Pode entrar na lista, ou não, o fuzilamento - 30 disparos - contra Luiz Henrique Georges, dono do Jornal da Praça, de Ponta Porã (MS). No atentado morreu também seu segurança. Quarto lugar. Esses casos fatais, somados a outros três no semestre anterior, totalizam seis vítimas - número que coloca o Brasil em quarto lugar entre os países mais perigosos para os jornalistas. Nas contas do International News Safety Institute (Insi), ele divide esse posto com o México, ambos com 7 mortes. No topo da tabela estão a Síria, com 26, a Somália, com 15, e a Nigéria, com 12. Dos demais relatórios - devem ser lidos mais de 30 - os destaques certamente serão a Argentina, onde o diário El Clarín enfrenta fortes pressões do governo Cristina Kirchner; o Equador, onde o presidente Rafael Corrêa ameaça diariamente jornais e canais de TV da oposição; a Venezuela, onde o governo faz um cerco à oposição, com multas e ameaças de prisão; e por fim o México, onde o narcotráfico leva adiante uma guerra aberta contra os jornais e TVs. O texto final será votado e aprovado na terça-feira. / G.M.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.