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Reforma fica no discurso

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Por João Bosco Rabello
Atualização:

A semana parlamentar que se inicia amanhã traz de volta à pauta a proposta de reforma política, cuja aprovação não tem a expectativa sequer de seu autor, o deputado Henrique Fontana (PT-RS), para quem o tema não avança por acordo. Quer votá-la, ciente de que, a exemplo da reforma tributária, é um

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Com esse diagnóstico, é de se prever que uma vez submetida ao plenário a reforma política produza o efeito que se convencionou chamar de "fatiamento". Mesmo assim, pouco se deve esperar, porque os partidos médios e pequenos formam uma maioria consistente em defesa de seus interesses.

PSB, PR, PTB e PDT, por exemplo, se opõem ao financiamento público de campanha e ao fim das coligações proporcionais, propostas de PMDB e PT, respectivamente. O primeiro, se livra dos nanicos que crescem nas eleições a partir de alianças efêmeras, sem qualquer afinidade ideológica, para aumentar o tempo de televisão, como resume o presidente do partido, senador Waldir Raupp (RO).

O financiamento público de campanha é bandeira oportunista do PT, sem fins de aprovação, mas apenas como estratégia do partido para reduzir o desgaste político do mensalão, disseminando a mensagem subliminar de que do mal padecem todos, independentemente da condenação do Supremo Tribunal Federal com base no Código Penal.

Por unir todos contra novos concorrentes, propostas para impedir a criação de novos partidos, mesmo não contempladas no projeto de Fontana, têm chance de aprovação através de emendas, uma delas já redigida pelo PMDB.

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Caravanas municipais

Em tempos de campanha antecipada, adversários da presidente Dilma Rousseff questionam as "visitas técnicas" da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, aos prefeitos. A oposição batizou o roteiro de "road show" pré-eleitoral. Ideli já foi a Sergipe e ao Mato Grosso do Sul e, na próxima semana, aterrissa no Espírito Santo. Nas reuniões, está sempre acompanhada de técnicos dos ministérios e gerentes dos bancos estatais. Oficialmente, a caravana visa à "capacitação dos novos prefeitos", mas na prática é um contraponto às ações de Aécio Neves e Eduardo Campos no mesmo circuito.

Aprendiz

Com a reabilitação do PR, o general Jorge Fraxe, diretor-geral do Dnit, visitou os líderes do partido na Câmara, Anthony Garotinho (RJ), e no Senado, Alfredo Nascimento (AM). A ambos disse que aprenderá a ser "mais político" e flexibilizará sua agenda para receber parlamentares.

Na fila

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Com uma bancada de 22 deputados e 6 senadores, o PTB intensificou a pressão pelo Ministério da Integração Nacional, hoje com o PSB. O partido até se satisfaz com a vice-presidência do Banco do Brasil desocupada pelo ex-governador da Bahia, César Borges, nomeado ministro dos Transportes, na cota do PR. E já a pensa para o presidente da legenda, Benito Gama (BA). Mas avaliam os trabalhistas que a condição de aliado e candidato do governador de Pernambuco está perto do fim e tentam se colocar à frente da fila.

Deixa

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) pegou carona no discurso de Eduardo Campos, que sugeriu à presidente Dilma Rousseff a desoneração das companhias de saneamento do PIS e Cofins. Aécio, que tem uma PEC com essa proposta, provocou: "Quem sabe tenho apoio da base?".

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