Quem não apoiar candidato do partido está fora, diz presidente do PSDB paulista

Deputado Pedro Tobias assegura que sigla terá cabeça de chapa na capital paulista em 2012

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Por Redação
Atualização:

Apesar dos prognósticos pessimistas entre tucanos quanto a uma possível candidatura própria à prefeitura de São Paulo em 2012, e da crescente defesa da tese de que o partido apoie outro partido para garantir alianças que permitam a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o presidente do PSDB paulista, deputado Pedro Tobias, assegura que o partido terá cabeça de chapa no ano que vem.

 

E vai muito além: "quem não apoia o candidato do partido, melhor sair do partido. Como presidente do partido, coloco no conselho de Ética no dia seguinte".

 

Nessa entrevista ao Estado, Tobias diz não ver "nenhuma possibilidade" de o PSDB deixar de lançar candidato próprio em 2012. "No primeiro turno não tem apoio. Se alguém quiser apoiar a gente, a cabeça de chapa é o 45".

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Como é que o sr. avalia o cenário que está se desenhando para o PSDB nas eleições municipais de 2012?

É o melhor possível. Temos um governador bem avaliado. É uma situação boa. Não vejo uma situação ruim. Em algumas cidades não estão muito bem, mas grosso modo vamos fazer mais cidade que qualquer partido. Hoje nós temos 204 cidades com prefeito, e o partido que vem a seguir tem 80. Vamos ter uma situação muito boa. Não sei por que você está enxergando... temos uma situação muito boa.

 

E na capital?

Na capital eu vejo que há novidade para todo mundo. A única coisa é se o (José) Serra topar sair candidato. Aí vai ter um candidato testado. Se não, o PT pode ir pra frente ou não. O (Gabriel) Chalita, a mesma situação. Nós temos candidato novo também. Pra eles é igual a nós. Temos um trunfo, que pode ser o Serra mais pra frente, se convencermos ele a sair. Se não, por que o Chalita ou o ministro (Fernando Haddad) são melhores do que o nosso candidato? O ministro nunca foi testado em eleição nenhuma. O Bruno (Covas) e o José Aníbal foram testados. O Bruno tirou 250 mil votos. Não vejo o que vocês da imprensa estão enxergando. Não são mil maravilhas, mas também não é ruim. Eu gostaria de lançar candidato já. Não pode demorar. Mas se o (diretório) municipal quer lançar mais pra frente, não vou interferir.

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Há quem diga que, nos bastidores, a direção do partido já jogou a toalha, e admite até a possibilidade de não estar nem no 2º turno.

Não, não, não. Quem está passando essa informação é fofoqueiro e inimigo do PSDB.

 

O PSDB pode abrir mão de lançar candidato próprio e apoiar outra sigla, até para não colocar em risco a reeleição de Geraldo Alckmin em 2014?

Não. Acho que não tem nada com isso. O próprio discurso do Alckmin, quatro anos atrás, quando ele insistiu pra sair (candidato a prefeito), era o de que da fundação do PSDB até hoje nunca uma eleição em São Paulo deixou de ter o número 45. Não tem possibilidade nenhuma.

 

Apoiar o PSD de Gilberto Kassab é uma opção?

Não. De minha parte sou contra e de forma taxativa. Na eleição passada (2008) brigamos sozinhos. Meia dúzia com o Geraldo e saímos com o 45. Dessa vez vamos ter o apoio do governador, do partido, enfim. Dessa vez, quem não apoia o candidato do partido, melhor sair do partido. Como presidente do partido, coloco no conselho de Ética no dia seguinte.

 

Há quem diga que um cenário muito parecido com o de 2008 está se desenhando agora, com a possibilidade de o PSDB ficar fora do 2º turno. Não é melhor apoiar o Kassab agora para preservar a reeleição de Alckmin em 2014?

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Eu não preciso desse voto do Afif. Esse voto é do PSDB também. Entendeu?

Não.

O voto do Afif é o voto do PSDB, que ganhou a eleição. E o Kassab quem elegeu ele chama-se José Serra. PSDB também. Não é voto próprio deles.

 

E uma eventual aliança com Gabriel Chalita?

No primeiro turno não tem apoio. Se alguém quiser apoiar a gente, a cabeça de chapa é o 45. No segundo turno, estamos abertos a tudo. Estamos trabalhando pra chegar ao segundo turno.

 

Neste final de semana o PT ungiu o ministro da Educação, Fernando Haddad, como candidato do partido a prefeito. O PSDB até agora nem começou a fazer os debates entre seus pré-candidatos. Isso não prejudica o partido?

Não tem problema. Tá muito cedo ainda. Se no PSDB alguma liderança fizesse o que fez o Lula com o Haddad, a imprensa caia em cima. Ele tapou a boca da Marta (Suplicy), de todos os candidatos. Onde está a força de Haddad? Nossos candidatos estão começando os debates. Ninguém lançou candidato oficialmente. Só o PT, que evitou as prévias. Acho que foi um retrocesso. Não vejo o processo como atrasado.

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O que o sr. pensa de Haddad como candidato?

Eu vou trabalhar pelo meu candidato. O Lula acha que ele manda em tudo, que elege poste depois que elegeu a Dilma. Direito dele. Vamos ver. O povo paulista não é igual ao resto do Brasil. O povo paulista tem mais sabedoria e mais conhecimento. Nunca foi office-boy de ninguém. O Lula nunca ganhou na cidade de São Paulo e nunca ganhou no Estado de São Paulo. Nem a Marta, com todo o auge do PT e do Lula. A Marta ganhou apenas uma vez em São Paulo. Mas tudo é possível. Vejo Haddad como um candidato novo. Não é conhecido, não é testado na política.

 

O sr. afirmou que ainda vislumbra a possibilidade de o Serra sair candidato.

Tem possibilidade.

 

Por que o sr. diz isso?

Acho que o Serra... não vejo outra saída pra ele agora. Só a prefeitura de São Paulo. Mas depende dele.

 

Mas ele fez alguma sinalização?

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Não fez.

 

Algum dos quatro tucanos que se colocaram como pré-candidatos até agora podem empolgar o eleitorado?

O Haddad pode empolgar? O Chalita pode empolgar? É a mesma coisa. Eu acho que vamos empolgar sim. Todos os nossos candidatos, fora o (Andrea) Matarazzo foram testados nas urnas várias vezes.

 

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