Quem é Andrea Matarazzo? Conheça o candidato do PSD à Prefeitura de São Paulo

Quatro anos após sair do PSDB, ex-subprefeito e ex-secretário disputa pela primeira vez o cargo de prefeito

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Por Bruno Ribeiro
Atualização:

O empresário Andrea Matarazzo, de 63 anos, é o candidato do PSD à Prefeitura de São Paulo nas eleições 2020. Esta é a primeira vez que o candidato consegue viabilizar sua candidatura própria, após concorrer em 2016 como vice da candidata Marta Suplicy, então no MDB. Ele tem como candidata a vice a deputada estadual Marta Costa (PSD), filha do pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da Assembleia de Deus.

Sua candidatura busca explorar a experiência acumulada durante o exercício de diversos cargos na Prefeitura. Ela foi anunciada em 31 de agosto, primeiro dia de autorização das convenções partidárias, segundo o calendário eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Andrea Matarazzo, candidato do PSD à Prefetura de São Paulo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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O plano de governo do candidato inclui restaurar a independência da Controladoria-Geral do Município, órgão de fiscalização da Prefeitura, retomar o programa de regularização fundiária da cidade, tirando da ilegalidade milhares de casas na periferia, e um programa de retomada econômica que inclui refinanciamento e suspensão de impostos e taxas temporariamente, além da criação de frentes de trabalho. 

Matarazzo foi um político membro do PSDB desde os anos 1990 e tem uma história de trânsito por diversos órgãos públicos. Dirigiu estatais no governo Mário Covas, foi ministro-chefe da Secretaria de Comunicação do governo Fernando Henrique Cardoso de 1999 a 2001 e embaixador do Brasil na Itália entre 2001 e 2002. Em São Paulo, nas gestões de José Serra (PSDB), de quem era amigo, e Gilberto Kassab (PSD), entre 2004 e 2012, foi subprefeito da Sé e secretário de Serviços e das Subprefeituras. Em 2012, venceu eleição para a Câmara Municipal e foi vereador. 

Em 2014, Matarazzo foi investigado pela Polícia Federal em um inquérito que apurou pagamento de propinas por parte da empresa Alstom, uma vez que pessoas subordinadas a ele estavam na relação de supostos beneficiados pelo esquema. Mas nada foi encontrado contra o então vereador, que não chegou a ser denunciado.

Saída do PSDB e eleições

A candidatura de Matarazzo para a Prefeitura pelo PSDB é um projeto pessoal que vinha sendo construído para 2016. Ele era um dos pré-candidatos do PSDB à Prefeitura e tido por aliados, como o ex-governador Alberto Goldman, como um passo natural. Mas naquele ano o então apresentador e empresário de eventos João Doria, que também era filiado ao partido, decidiu participar da disputa, e o partido fez prévias para a escolha do candidato.

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Durante as prévias, Matarazzo se desentendeu com dirigentes da legenda, que desistiram de adiar a data do segundo turno da disputa. Matarazzo deixou o partido chamando João Doria de “piada pronta”. O candidato acabou se filando ao PSD, partido de Kassab, e concordou em ser vice de Marta, que também havia se desentendido com seu ex-partido, o PT. Matarazzo e Marta tiveram de dar explicações sobre a união dos ex-rivais. Doria levou aquela eleição no primeiro turno. 

Neste ano, com o apoio de Kassab, Matarazzo busca fazer uma campanha de oposição a Bruno Covas (PSDB) e, embora tenha ensaiado no começo da disputa acenos ao presidente Jair Bolsonaro, em suas visitas quase que diárias aos bairro da cidade ele repete frases como “buraco de rua não é de esquerda nem de direita” e reforça, sempre que possível, que não quer usar a cidade como trampolim para cargos maiores, a exemplo do que fez João Doria ao deixar a Prefeitura para ser governador. “Quero ser prefeito”, diz.

Vida pessoal

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Matarazzo é formado em administração de empresas e é casado. Sua família é o famoso grupo de imigrantes italianos que, na capital, fez fortuna ao construir uma série de fábricase capitanear a industrialização do País no século XX. Francesco Matarazzo, tio-avó de Andrea (cujo nome completo é Angelo Andrea Matarazzo), foi um dos homens mais ricos do mundo. O candidato é primo (de segundo grau) do vereador e ex-senador Eduardo Suplicy (PT), de quem nunca foi aliado político. 

O sobrenome que se confunde com a história da cidade, entretanto, não significou uma fortuna comparável à do antepassados. O patrimônio de Matarazzo declarado à Justiça Eleitoral soma R$ 1,5 milhão, menor do que os de candidatos como Celso Russomanno (Republicanos), Filipe Sabará (novo) e Marina Helou (Rede).

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