PUBLICIDADE

Quem é a vice de Boulos? Conheça Luiza Erundina

Deputada federal do PSOL exerceu seu primeiro cargo público em 1958; veja sua biografia e trajetória política

Por Mílibi Arruda
Atualização:

Parte importante da campanha de Guilherme Boulos à Prefeitura de São Paulo nas eleições 2020, a ex-prefeita Luiza Erundina foi escolhida pelo candidato e sua equipe como vice na chapa do PSOL.

Tendo governado a cidade de São Paulo entre 1989 e 1993, Erundina é frequentemente lembrada por sua experiência em gestão pública na propaganda eleitoral de Boulos. Com a vida inteira dedicada à política, a ex-prefeita tem feito contraponto à inexperiência em cargos eletivos do seu titular.

Luiza Erundina, candidata a vice para Prefeitura de São Paulo do PSOL, e o titular Guilherme Boulos Foto: Henrique Barreto/Futura Press

PUBLICIDADE

Na estreia do horário eleitoral de rádio e TV no segundo turno, o candidato do PSOL apostou nos elogios às realizações de Erundina quando foi prefeita, enquanto questionou Bruno Covas (PSDB) sobre a escolha do vereador Ricardo Nunes (MDB) como vice na chapa.

Com 85 anos, a ex-prefeita faz parte do grupo de risco do novo coronavírus. Assim, para participar da campanha nas ruas, a equipe do PSOL desenvolveu uma picape com a caçamba adaptada com placas de acrílico. O objetivo foi evitar que ela tenha contato direto com o público.

No 2º turno, essa espécie de “papamóvel”, veículo usado pelo papa João Paulo II para percorrer cidades nos anos 1980 e 1990, também foi usado por Marta Suplicy na campanha de Covas. Como Erundina, Marta faz parte do grupo de risco do coronavírus e foi prefeita da cidade. Ambas são, até hoje, populares em bairros da periferia. 

Reforçar os feitos de Erundina em São Paulo, inclusive, é uma estratégia para buscar apoio na periferia, visto como importante para aumentar a votação em Boulos. A zona eleitoral em que o candidato teve mais votos foi Pinheiros, na zona oeste.

Carreira política

Publicidade

Luiza Erundina assumiu seu primeiro cargo público no ano de 1958, quando foi secretária de Educação de Campina Grande (PB), em seu estado de origem. Emigrou para São Paulo em 1971 e, nove anos depois, participou da fundação do PT.

Em 1982, Erundina foi eleita para seu primeiro cargo em São Paulo, como vereadora. No pleito seguinte, assumiu o cargo de deputada estadual e, em 1988, tornou-se prefeita da capital paulista. 

Na eleição, ultrapassou nomes como Paulo Maluf e José Serra e venceu a disputa. Em sua gestão, construiu seis hospitais, moradia para 50 mil paulistanos, além de ter executado grandes obras como o túnel do Anhangabaú e o Sambódromo do Anhembi. Essas realizações estão sendo usadas na atual campanha de Boulos.

Após seu mandato na Prefeitura, foi nomeada ministra na Secretaria da Administração Federal, no governo Itamar Franco.

Em 1998, deixou o PT e se filiou ao PSB (Partido Socialista Brasileiro). Naquele ano, se tornou deputada federal pela primeira vez, pelo Estado de São Paulo. Reeleita pela sexta ocasião em 2018, foi a candidata mais velha a conseguir um cargo no pleito, aos 84 anos. Trocou de partido, do PSB para o PSOL, em 2016.

Na Câmara dos Deputados, fez parte de diversas comissões permanentes, como Ciência e Tecnologia e Direitos Humanos e Minorias (CDHM). 

A deputada federal e candidata a vice à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina Foto: Dida Sampaio/Estadão

Entre outras, integrou a Comissão Especial da Lei Geral das Telecomunicações (PL 7406/2014), a Comissão Mista da MP-759/16 (Regularização Fundiária Rural e Urbana) e a comissão temporária do caso Marielle Franco e Anderson Gomes.

Publicidade

Biografia

Erundina nasceu em 1934 em Uiraúna, na Paraíba, filha do artesão Antônio Evangelista de Sousa e de Enedina de Sousa Carvalho. Em 1966, formou-se em Serviço Social na Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa.

Em 1970, se junta às Ligas Camponesas e faz oposição ao regime militar da época. Perseguida pela Ditadura por conta disso, emigra para São Paulo no ano seguinte. Também naquele ano, realiza mestrado em Ciências Sociais pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.