Estes episódios recentes significam que o modelo fracassou?
O setor das ONGs, sem desvirtuamentos, é extremamente econômico e eficiente. Em creches, instituições de caridade, hospitais filantrópicos, o custo é expressivamente menor e com serviços mais eficientes. Os desvirtuamentos são exceções. As organizações sérias são a grande maioria.
Falta transparência às ONGs?
Falta transparência no País. Devemos continuar perseguindo o desenvolvimento de um sistema de transparência para os três setores: governo, empresas e ONGs. A transparência é basilar para todos os segmentos da sociedade.
Como as ONGs podem ser transparentes?
O processo de transparência está em andamento, é dinâmico e interminável e se aprimora pela institucionalização do sistema, assim como aconteceu com o mercado de capitais. É muito importante trabalharmos na construção de um sistema através de normas, regulamentos, auditoria e conceito de ética.
As ONGs que captam recursos da iniciativa privada são mais eficientes que as que captam recursos públicos?
Não é que sejam mais eficientes, mas são bem melhor acompanhadas e sua prestação de contas é rígida, pois é feita para uma instituição que tem um dono. Conceito que, infelizmente, muitas vezes não é seguido quando se trata de dinheiro público.
O que deve exigir quem repassa recursos às ONGs?
Quem dá o dinheiro é que deve fiscalizar e controlar sua aplicação, com padrões técnicos.
Transferir os convênios para as prefeituras resolveria os problemas verificados no Esporte?
Não. A falta de transparência não ocorre somente em determinadas organizações sociais. E a corrupção pode ocorrer em qualquer esfera. Eu concordo com critérios mais rígidos, com a exigência de projetos escritos, com metas e indicadores claros, com entrega de resultados e com fiscalização.